Menina venezuelana ganha próteses de mãos e antebraços feitas em impressora 3D em SP

Jhoslenis teve amputação bilateral dos antebraços após tocar em fios de alta tensão. Uma tia brasileira dela acionou o projeto da Unifesp, que conseguiu financiar passagens aéreas e estadia para ela e a avó.

Há dois anos Jhoslenis Saray Rojas estendia um pano no varal do segundo andar da casa em que mora na Venezuela quando caiu e as mãos dela tocaram em fios de alta tensão. Ela passou por quatro cirurgias e teve amputação bilateral nos antebraços e mãos. Agora, a menina de 11 anos faz ajustes para começar a usar as próteses que ganhou de um projeto da Unifesp em São José dos Campos (SP).

Uma tia da garota, que mora em Betim (MG), entrou em contato com os responsáveis pelo projeto Mão3D, mas morando na Venezuela com os avós e sem condições de viajar até o Brasil, a dificuldade para conseguir a prótese seria grande. Ela conseguiu uma doação que garantiu a estadia dela no interior paulista durante o processo de adaptação.

A equipe de voluntários do projeto entrou em contato com Robert Allen Rieger, membro da Organização Enable – comunidade mundial que disponibiliza modelos de próteses para impressão 3D -, que foi sensibilizado com a história e doou passagens aéreas e estadia para a garota e a avó. Antes de ficarem em São José, elas ficaram com a tia em Betim.

TRAJETÓRIA
Em São José dos Campos, Jhoslenis se apegou aos voluntários, a quem apelidou de “pai” e mãe”. “Eu ficaria aqui, mas meus pais não querem”, explica a garota. A mãe da jovem faleceu na Venezuela por problemas renais enquanto ela e a avó esperavam as próteses.
Sem recursos elas não puderam voltar ao país para o funeral.

Taianara Bina, terapeuta ocupacional do projeto, revela que os voluntários do projeto pensaram em adaptar as próteses às necessidades da menina. “O que ela mais quer é pelo menos pentear o cabelo, então já estamos pensando em como fazer isso, e se vestir, ela quer abotoar a camisa, foi essas duas coisas que ela colocou como prioridade”, conta.

O projeto Mão3D não cobra pelas próteses e não atua no mês de janeiro por conta das férias dos voluntários, mas abriram uma exceção para a história de Jhoslenis. A previsão é que o período de testes seja concluído até sábado (25).

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