Fila para reaver investimento em empresa causa aglomeração em Lorena
Empresa anunciou que devido à crise gerada pela pandemia, não poderá pagar em dia o retorno de investimentos. Falta de informações sobre prazos para ressarcimento provocou aglomeração.
Uma fila em frente a uma empresa causou aglomeração na segunda-feira (4) em Lorena (SP). Pessoas que fizeram investimento com a companhia formaram uma longa fila em frente à sede, no bairro Olaria, para saber quando receberão de volta a verba investida, depois do anúncio que o grupo enfrenta dificuldades financeiras.
A empresa informou que não poderia mais fazer o pagamento de dividendos e que encontraria meios para devolver o capital investido por cada pessoa. O motivo alegado foi a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus.
Devido ao movimento intenso, a Guarda Civil Municipal e agentes de trânsito atuaram no local para organizar a aglomeração.
No comunicado, a empresa diz que fará o “ressarcimento de forma gradativa, respeitando a ordem cronológica de cada contrato firmado, e, dentro da proporção de investimento”. Também destacou que fará o pagamento “de acordo com a receita de todos os empreendimentos do grupo, inclusive a venda de imóveis”.
Porém, o comunicado não deixou claro um cronograma de pagamento. Essa dúvida levou as pessoas a irem à sede.
TENTATIVA DE ACORDO
De acordo com o advogado Fábio da Silva Barros Capucho, que representa um grupo com dinheiro investido na empresa, as pessoas estão com receio de não receberem o valor que investiram.
“Para não entrar já com uma ação [na Justiça], estamos notificando a empresa primeiramente. Estamos tentando negociação. Antes de ingressarmos com ação, estamos aguardando esse prazo de 48 horas. O dono da empresa não sabe quando vai devolver e como vai fazer. O pessoal ficou desesperado. Pelo menos 200 pessoas foram hoje lá, polícia teve que fechar a rua. As pessoas estão com medo de não receber”, disse Fábio Capucho, que afirma que um cliente dele já entrou com uma ação na Justiça para cobrar um investimento de R$ 70 mil.
O Classe Líder tentou contato com a empresa, mas nenhum representante retornou os contatos da reportagem. A Polícia Civil informou que não registrou nenhum boletim de ocorrência nesta segunda-feira (4) sobre o caso.