Lixo no mar: pesquisador recolhe de manequim a refrigerador em Ilhabela, Litoral Norte de SP
Rafael Ferreira estuda a vida das raias no mar e fazia um pesquisa de campo no sul da ilha quando encontrou os materiais.
Porta de armário, um manequim, uma roupa de proteção contra Covid-19 e parte de um refrigerador. Esses são alguns dos itens que um pesquisador recolheu no mar de Ilhabela, Litoral Norte de São Paulo, nesta semana.
Rafael Ferreira estuda a vida das raias no mar e fazia um pesquisa de campo no sul da ilha quando recolheu os itens no mar. No caminho, ele encontrou dezenas de lixos – entre restos plásticos e materiais de tamanho maior.
“Foram menos de três horas de navegação para encontrarmos todas essas coisas. Havia muito mais, mas não tínhamos capacidade na embarcação que estávamos. Esse é um dos motivos de ocorrências de ferimentos e mortes de animais no mar”, explica.
O pesquisador faz parte do Mega Fauna Marinha do Brasil, que estuda a vida marinha. Ele é especialista em mantas e raias e fazia uma observação em mar, quando achou o lixo. Ele disse que achar lixo durante a observação no mar é frequente.
Ele recolheu um macacão de proteção hospitalar, que vinha sendo usado ao longo da pandemia. Além de um armário, a parte do congelador de uma geladeira, um manequim de loja e uma bicicleta infantil.
Ele explica que o encontro de lixo no mar não tem só relação com a poluição direta – de quem despeja o lixo no oceano – mas na necessidade de espaço para gerenciar o lixo.
“Se você consome muito plástico, principalmente os de uso único como o de produtos em embalagens, copos e sacolas, você polui indiretamente. Porque esse lixo segue no mundo e, em algum momento, ele chega ao oceano. Precisamos repensar o nosso consumo muito mais do que como nós cuidamos do nosso lixo”, explica.
Fonte: G1