Inpe diz que fumaça de incêndios da Austrália deve deixar o Brasil em até dois dias

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), com sede em Cachoeira Paulista, acompanha a movimentação da fumaça que chegou ao Brasil e estava sobre o Rio Grande do Sul na quarta.

A fumaça vinda dos incêndios da Austrália deve deixar o Brasil até sexta-feira (10), segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O órgão monitora a movimentação da fumaça que chegou ao país na terça-feira (7).

A previsão dos pesquisadores é de que a fumaça siga em direção ao oceano, sem passar por outros estados brasileiros. A coluna de fumaça foi identificada por satélites do Inpe sobre o Rio Grande do Sul na terça. Ela também já tinha sido registrada em passagens pelo Chile e Argentina.

De acordo com a Ariane Frassoni, pesquisadora e especialista em qualidade do ar do Cptec, os ventos de oeste para leste arrastaram a fumaça para a região da América Latina. A massa tem monóxido de carbono, mas as análises mostraram que o volume é baixo. Ela está a dez quilômetros de altitude da superfície e não interfere na qualidade do ar.

A fumaça não deve provocar grandes mudanças no tempo, já que a interferência prevista é apenas no reforço da estiagem, com o bloqueio da radiação solar.
“Estamos em um período de calor e umidade. O raio solar absorve essa umidade, forma as nuvens e então chove. Com o bloqueio, a tendência é de que as nuvens demorem mais para se formar e tenha prolongamento dos dias mais secos”, explicou Ariane.

O órgão tem monitorado a movimentação da fumaça e a previsão é de que ela permaneça acima do Rio Grande do Sul até a sexta-feira (9) e depois siga para o sul da África. Na passagem, segundo a especialista, a massa não deve atingir outros estados brasileiros, percorrendo por cima do oceano.

INCÊNDIOS NA AUSTRÁLIA
A fumaça é originada dos incêndios florestais na Austrália. O país vive um dos piores incêndios florestais dos últimos anos, desde setembro de 2019.
O fenômeno é causado pela combinação de temperaturas superiores a 40º C e uma quantidade insuficiente de chuva, que deixam a vegetação extremamente seca. Esse cenário, somado a qualquer faísca – que pode vir de ações humanas ou causas naturais – desperta o fogo.
Mais de 460 mil hectares foram destruídos somente no estado de Nova Gales do Sul, onde está localizada Sydney, a maior cidade da Austrália, com 5,2 milhões de habitantes. Vinte e cinco pessoas morreram desde o início das queimadas.

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