Vereadores contrariam Tribunal de Contas e salvam mandato de Edson Mota em Cachoeira Paulista
Resultado não surpreende, base defende prefeito e compara mandato com ano de 2013 na gestão de João Luiz Ramos
Os vereadores de Cachoeira Paulista mais uma vez salvaram o prefeito Edson Mota (PL) de investigação e aprontamento do Tribunal de Contas. Composta por nove parlamentares, a decisão já era aguardada por grande parte dos moradores.
Dessa vez, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo emitiu parecer contrário às contas do prefeito no exercício 2017. Foram apontamentos como controle interno; planejamento; resultado da execução orçamentária; resultados financeiro, econômico e saldo patrimonial; dívida de curto prazo; dívida de longo prazo e precatórios.
Por 9 votos a 4, o parecer do Tribunal foi derrubado pelos vereadores. A votação nominal teve como contrário o parecer Agenor do Todico (PSDB); Aldecir Baianinho (PSC); Breno Anaya (PSC); Carlinhos da Saúde (PSD); Dimas Barbosa (PTB); Mariza Hummel (PP); Max Barros (DEM); Nenê do São João (PSB) e Vica Ligabo (PTB). Aprovaram o parecer Dadá Diogo (PODE), Rodolpho Borges (REDE), Thales Satim (PSC) e Tião do Marli (PL).
Fazendo um comparativo e justificando a sua decisão contrária ao parecer do Tribunal, o vereador da base, Dimas Barbosa, apresentou as contas de 2013 do então prefeito à época, João Luiz (PSB), que foram aprovadas, para dizer o qual ruim a cidade estava em 2016 “… sendo que são as mesmas coisas apontadas nas contas do Edson”, defendeu. “Por aqui vamos analisar se houve má-fé por parte do prefeito, e para avaliar essa conta nós temos que relembrar o que foi apresentado das contas do Executivo de 2016 para podermos saber e assumir o que se foi obrigado para retomar o crescimento da cidade. E vocês não dizem pra mim que a cidade hoje está na mesma condição que estava em 2016”, explicou Barbosa.
O vereador de oposição Thales Satim votou favorável à decisão do Tribunal e ressaltou que não há justificativa para tantas irregularidades e aprontamentos. “Diante da análise que eu fiz de tudo que foi relatado pelo Tribunal de Contas, mais uma vez venho acompanhar o Tribunal, porque a Câmara tem sim a função de decidir se aprova ou se reprova, então eu reprovo as contas do ano de 2017. Vários apontamentos foram feitos, várias irregularidades foram feitas e não há justificativa, porque caso tivesse, o parecer seria outro”.
Não é a primeira vez que Mota é salvo na Câmara. O prefeito acumula um processo do Ministério Público que o afastou do comando da Prefeitura por 180 dias, no valor de R$ 33 milhões, acusado de fraudar contratação de um escritório de advocacia e participar de um esquema que teria fraudado o município. Outra investigação negada por grande parte dos vereadores foi o pedido da abertura de CPI (Comissão Processante de Inquérito) protocolado por uma moradora da cidade.
O vereador de oposição Thales Satim (PSC) também foi autor de ação uma processante que foi rejeitada, contra Mota, por falha no processo da LOA (Lei Orçamentária Anual).
(Fonte: Jornal Atos)