FAMÍLIA SEGUE COM BUSCAS POR ROMEIRO DE MG QUE DESAPARECEU HÁ DOIS MESES A CAMINHO DE APARECIDA
Há dois meses, a família de Pedro Donizete Francisco, de 69 anos, procura pelo romeiro. O idoso saiu em romaria de Varginha (MG) com destino a Aparecida (SP), mas desapareceu na Serra do Piquete, entre Minas Gerais e São Paulo. O caso completou dois meses no sábado (25) e os familiares seguem em busca do romeiro.
“A gente pede à população para não parar de ajudar a gente a divulgar o desaparecimento dele. A gente continua em busca. No final de semana, a gente vai para Piquete, Guará, Aparecida”, disse o filho Pedro Augusto Francisco, filho do romeiro desaparecido.
Enquanto a família tenta encontrá-lo por conta própria, o caso segue em investigação. No mês passado, familiares do romeiro fizeram uma coleta de DNA para que os dados genéticos fiquem disponíveis no banco de dados nacional.
QUEM É O ROMEIRO DESAPARECIDO
Pedro Donizete Francisco, de 69 anos, é morador da região da Ilha do Salto, zona rural de Varginha (MG). O idoso saiu com o grupo da “Romaria do Zuca” na companhia de dois filhos e um neto. Esta era a segunda vez que ele participava da romaria até Aparecida (SP).
QUANDO, COMO E ONDE ELE DESAPARECEU
A romaria se iniciou no dia 20 de março, saindo de Varginha, no Sul de Minas. O destino era o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo.
O idoso desapareceu cinco dias após o início da viagem, por volta de 13h do dia 25 de março. Um dos filhos dele relata que se separou do pai por instantes, para ir ao banheiro, e não o encontrou mais.
“Foi um momento de segundos em que pedi para ele esperar um pouco. Na hora que voltei, ele já não estava no local. Na minha cabeça, achei que ele tinha descido e continuado a trilha, mas quando cheguei perto da gruta, perguntei e ninguém viu. Voltei a serra inteira e nem sinal. Vivo ou morto a gente tem que encontrar para não ficar essa coisa na cabeça da gente, de onde ele foi”, relatou o filho do romeiro desaparecido.
PROCURA PELO ROMEIRO
Imediato ao desaparecimento, os filhos e integrantes da organização procuraram pelo idoso. A família acionou o Corpo de Bombeiros e também registrou um boletim de ocorrência do desaparecimento do romeiro na delegacia da Polícia Civil em Guaratinguetá (SP).
As buscas começaram no dia 26 de março, dia seguinte ao desaparecimento. Foram empenhados nas buscas militares, dois helicópteros Águia do Comando de Aviação da Polícia Militar e cães farejadores do canil dos bombeiros.
Os bombeiros passaram por uma trilha, áreas esburacadas, de mata fechada e com lama. Cães farejadores, que têm alta sensibilidade olfativa, acompanharam os trajetos, procurando alguma pista pudessem indicar qual caminho ele seguiu.
No dia seguinte, 27 de março, as buscas foram suspensas. Segundo a corporação, o trecho da trilha onde o idoso se perdeu é considerado curto, e pode ser percorrido entre 50 minutos e uma hora.
Conforme os bombeiros, dois cães farejadores usados nas ações indicaram que o romeiro teria saído da trilha, no sentido da rodovia BR-459, que liga Lorena (SP) e Itajubá (MG) – o que indica que ele possa ter pegado uma carona e voltado para Varginha ou seguido para Aparecida.
ALARMES FALSOS, VAI E VEM DE BUSCAS
Mesmo com a suspensão das buscas oficiais, a família permaneceu procurando por conta própria. Os filhos passaram percorrer a região de Piquete, concentrando a procura na cidade e também no entorno, em Guaratinguetá (SP), Lorena (SP) e Aparecida (SP).
Em meio às buscas, eles se depararam com “alarmes falsos” sobre o paradeiro do idoso. Um dos casos aconteceu no dia 29 de março, quando o filho do romeiro esteve em Lorena (SP) atrás do pai, mas era uma falsa informação.
Já no dia 30 de março, o Corpo de Bombeiros retomou as buscas. Eles não informaram a motivação do retorno. Os militares contaram com o apoio de romarias de Varginha com cerca de 40 voluntários. As buscas aconteceram na Trilha da Gruta de São Miguel Arcanjo, em Piquete, e na rodovia BR-459.
No dia 1º de abril, a família suspendeu procura por conta própria. A decisão aconteceu depois de uma nova informação falsa. Eles chegaram a ir até Aparecida, mas não o encontraram lá.
Duas semanas após o sumiço, as buscas passaram a ser feitas pelos familiares em dias alternados, isto porque o custo de deslocamento é alto. O objetivo, segundo o filho, é encontrá-lo “vivo ou morto”.
INVESTIGAÇÕES E RECONSTITUIÇÃO
No dia 2 de abril, a Polícia Civil fez a reconstituição dos últimos momentos antes do romeiro desaparecer. Os trabalhos tiveram início com a oitiva do filho que estava com o pai na ocasião.
De acordo com o delegado de Piquete, Marcelo Vieira, não existe nenhuma suspeita criminal até o momento e foi instaurado o chamado procedimento de investigação de desaparecidos.
Com o Instituto de Criminalística Paulista, o objetivo da reconstituição seria entender exatamente como foi a dinâmica da descida pela trilha, a separação dos dois e o desencontro.
Após fazer a fixação de pontos e, com a ajuda de um drone, a polícia tenta concretizar o local e a dinâmica de como os fatos aconteceram.
A Polícia Civil de Piquete (SP) iniciou uma investigação que permanece em aberto até que o idoso seja encontrado ou o caso seja resolvido. As diligências em andamento incluem interrogatórios e a coleta de material genético do envolvido para possíveis confrontos futuros com corpos não identificados.
COMO AJUDAR
Quem tiver informações sobre o paradeiro do romeiro desaparecido, pode informar as autoridades na base mais próxima da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros. O contato pode ser feito também por telefone, com a PM pelo 190 ou com os bombeiros pelo 193.