HELICÓPTERO CHEGOU A FAZER POUSO DE EMERGÊNCIA EM ÁREA DE MATA, ANTES DE RETOMAR VOO E DESAPARECER EM SP

Mensagens enviadas por uma das passageiras ao namorado mostram que, devido às dificuldades impostas pelas condições climáticas, foi necessário pousar em uma área de mata. A jovem disse ter medo e que não sabia onde estava.

As novas mensagens cedidas pela família de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, jovem que está desaparecida desde domingo (31), mostram momentos antes do helicóptero em que ela, a mãe e mais duas pessoas estavam sumir durante voo para a Ilhabela.
A conversa é entre Letícia e o namorado. Ela conta que o grupo chegou a fazer um pouso de emergência antes de retomar o voo e perderem contato. Letícia enviou duas fotos do local para o namorado.
As mensagens foram enviadas no domingo e a jovem escreveu:

“Tempo ruim. Não dá para passar. Medo”.
Depois, Letícia envia uma mensagem dizendo que fizeram um pouso de emergência.
“Pousamos no meio do mato”, disse.
Na sequência, o namorado pergunta em qual local ela estava e a jovem diz não saber.
“Sei lá, estou parada no meio do mato”, afirmou Letícia.
Por fim, Letícia conta que eles ainda estavam tentando entrar em Ilhabela e que iriam voltar para a capital. Depois dessas mensagens, a jovem enviou o vídeo mostrando o tempo chuvoso e com muita neblina, que dificultavam a visibilidade.

O vídeo do tempo fechado, com a informação de que estavam voltando para a capital, foi a última comunicação que a jovem teve com a família desde domingo (31), quando o helicóptero desapareceu.
A Força Aérea faz buscas, mas até o início da manhã desta terça-feira (2), não havia informações sobre o paradeiro dos quatro ocupantes da aeronave – leia mais abaixo.

Em entrevista à TV Globo na segunda-feira (1º), a idosa Neuza Maria Rodzewics, que é avó de Letícia e mãe de Luciana, contou que o helicóptero pretendia retornar para a capital, por causa do tempo ruim.
“Eles iam fazer um passeio bate-volta. Chegando lá a minha neta mandou um contato para o namorado, dizendo que estavam tentando retornar porque não dava para pousar. Estava chovendo muito, com muita neblina”, contou.

A tia de Letícia, que junto com Neusa está em busca de notícias sobre o paradeiro das familiares, falou sobre as tentativas de contato que fizeram após o desaparecimento, mas que não conseguem falar com as duas por telefone.
“O pai da Letícia falou que o telefone dela começou a chamar, mas estamos tentando e só dá caixa postal. O da minha irmã (Luciana) está ativo, chama, chama e ninguém atende”, narrou Silvia Santos.

2º DIA DE BUSCAS
A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou, na manhã desta terça-feira (2), o segundo dia de buscas pelo helicóptero com quatro ocupantes que desapareceu no último domingo (31), quando estava a caminho do Litoral Norte paulista.
As investigações iniciais apontam para a possibilidade de o helicóptero estar em alguma área entre a Serra do Mar, que é uma região de floresta densa do bioma Mata Atlântica, e Caraguatatuba (SP), cidade vizinha ao arquipélago de Ilhabela.
É entre o trecho de Serra em Paraibuna (SP) e do município de Caraguatatuba onde a FAB concentra as buscas.

Até o momento, somente a Força Aérea Brasileira (FAB) está responsável pelas buscas. O órgão usa um avião para procurar pelo helicóptero.
O modelo da aeronave usada pela FAB é o SC-105 Amazonas, que é tido como moderno e especializado para cumprir missões de busca e salvamento. As buscas iniciam ao amanhecer e são encerradas no fim do dia.
Na segunda-feira (1º), a Polícia Militar prestou apoio nas buscas com o helicóptero Águia. Por ser menor e mais leve, a aeronave da PM consegue ir mais baixo para fazer as buscas. Apesar disso, a PM só deve retomar a procura caso a FAB solicite, já que não foram localizadas pistas pelas equipes.
Caso haja a suspeita de que o helicóptero possa ter caído no mar, a Marinha e o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) também devem ser acionados.

DESAPARECIMENTO
A aeronave saiu de São Paulo (SP) com destino a Ilhabela (SP), mas perdeu o contato com as torres de comando.
De acordo com a Polícia Militar, que deu apoio nas buscas, a aeronave desaparecida saiu do aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (31), por volta das 13h15, com destino a Ilhabela.
Os passageiros do helicóptero são: Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos; e o terceiro passageiro é o Rafael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio. A identidade do piloto não foi divulgada pela FAB.

A irmã da passageira Luciana informou que eles planejavam fazer um bate-volta para Ilhabela. Ela alega que Rafael é amigo do piloto e convidou a Luciana e a filha para esse passeio. Não era, segundo ela, um passeio contratado.
O último contato do helicóptero com a torre de controle foi às 15h10 do domingo, quando sobrevoava Caraguatatuba.

Horas depois, às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
O helicóptero que desapareceu possui o prefixo PRHDB, modelo Robson 44, e é pintado de cinza e preto.

Antes do desaparecimento, por volta das 14h, a passageira Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto enviou um vídeo para o namorado, de dentro do helicóptero, mostrando o voo e afirmou por mensagem que o tempo estava ruim.
Até o início da manhã desta terça-feira (2), não havia pistas sobre o paradeiro do helicóptero, do piloto ou dos três passageiros.

(G1 – Vale do Paraíba e Região)

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