VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL AUMENTOU EM 2022
Mais de 18 milhões foram vítimas, segundo pesquisa
A pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresenta dados preocupantes sobre a violência contra as mulheres no país.
Em 2022, cerca de 18,6 milhões de brasileiras foram vitimizadas, com uma média de quatro agressões por vítima ao longo do ano, chegando a nove para mulheres divorciadas. Todas as formas de violência física, sexual e psicológica tiveram crescimento acentuado, com 28,9% das mulheres sofrendo algum tipo de violência de gênero no último ano, um aumento de 4,5 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
Os dados de feminicídios e homicídios dolosos de mulheres ainda não estão disponíveis, mas a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, alerta que o crescimento agudo de formas graves de violência física é um sinal de que pode haver um aumento também nestas modalidades.
Uma em cada três brasileiras com mais de 16 anos sofreu violência física e sexual provocada por parceiro íntimo ao longo da vida, representando mais de 21,5 milhões de mulheres, enquanto 43% das mulheres brasileiras já foram vítimas de violência psicológica pelo parceiro íntimo. A pesquisa revela que o ex-companheiro é o principal autor da violência (31,3%), seguido pelo atual parceiro íntimo (26,7%), e que o lugar menos seguro para as mulheres é a própria casa, onde 53, 8% relataram que o episódio mais grave de agressão dos últimos 12 meses aconteceu.
Assédio sexual
Segundo a pesquisa, em 2022, 46,7% das brasileiras relataram ter sofrido assédio sexual, representando um aumento de quase 9 pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando a taxa de prevalência foi de 37,9%.
Entre essas mulheres, 26,3 milhões afirmaram terem sido vítimas de cantadas e comentários desrespeitosos na rua (41,0%) ou no ambiente de trabalho (18,6% – 11,9 milhões), terem sido assediadas fisicamente no transporte público (12,8%) ou abordadas de maneira agressiva em uma festa (11,2%).
Fonte: Meon