PROFESSOR DE JACAREÍ CRIA JOGO DE TABULEIRO PARA ENSINAR MATEMÁTICA PARA ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA DE FORMA DINÂMICA

Jogo está sendo implementado em cerca de 100 escolas públicas e particulares do país. O objetivo é ajudar os alunos, principalmente aqueles que estão chegando no ensino médio e têm dificuldade com a matéria.

O professor de matemática Fábio Aparecido, de 50 anos, criou um jogo de tabuleiro para ajudar a ensinar matemática para alunos de escolas públicas de forma divertida e didática, em Jacareí, no interior de SP.

Chamado “Gondol! O jogo da permutação!”, o jogo surgiu com o objetivo de ajudar os alunos da Escola Técnica Estadual (ETEC) Cônego José Bento, local onde o Fábio dá aula, a superar a dificuldade na matéria de uma forma dinâmica e fácil.

“O projeto trabalha com números de um até nove, com a soma de linhas e colunas. Para cada desafio podem existir diversas soluções, de uma até 20. Ou seja, o número da primeira linha ou coluna, devem ser a soma das tampinhas no final”, explica.

Além do jogo inovador, o nome do tabuleiro também tem um significado especial, que reflete exatamente a forma de brincar.

“Gondol significa a palavra pensar em húngaro e permutação significa trocar, pelo fato da movimentação das tampinhas de um até nove”, disse.

Desde o começo de novembro, o jogo está sendo implementado em mais de 100 escolas pelo país, entre públicas e particulares. Clínicas de psicopedagogias também utilizam o tabuleiro no auxílio do tratamento dos pacientes.

Tamanha repercussão e sucesso entre os alunos, está sendo uma surpresa para o professor, que agora está esperançoso que o jogo chegue cada vez a mais pessoas.

“Estou muito feliz com o resultado e espero que este jogo seja aplicado em todas as escolas no nosso país e quem sabe no mundo”, diz Fabio.

Professor de Jacareí cria jogo de tabuleiro que ajuda alunos na matemática de uma forma dinâmica — Foto: Arquivo Pessoal
Professor de Jacareí cria jogo de tabuleiro que ajuda alunos na matemática de uma forma dinâmica — Foto: Arquivo Pessoal

Ensino com propósito

Em entrevista ao g1, o professor disse que sempre procurou aplicar a matemática na vida dos alunos de forma atrativa, principalmente no ensino médio, já que segundo ele muitos alunos chegam ao 1º ano assustados com a matéria.

“A ideia é trabalhar atividades que envolvam quatro habilidades: de leitura, interpretação, concentração e raciocínio lógico”, diz o professor.

Um outro fator que fez com que Fábio se importasse em ensinar os alunos de uma forma mais interativa, foi lembrar das dificuldades que enfrentava quando estava do outro lado da sala, sentado na carteira de aluno.

“Quando eu era aluno lá no ensino fundamental, isso em 1979, eu tinha muita dificuldade com matemática. Eu fiquei de recuperação da 1ª até a 4ª série. Só não repeti na 5ª série, porque a minha professora de matemática errou minha nota no final, mas eu tinha ido muito mal na prova”, conta.

Desde que ingressou na ETEC, há 19 anos, Fábio trabalhava o sudoku com os alunos, porém, chegou um momento em que o jogo não era mais atrativo para os estudantes.

“Há uns cinco ou seis anos, eu comecei a pensar em alguma atividade que fosse semelhante ao sudoko, trabalhando com números de um até nove, mas que tivesse desafios que chamassem a atenção. Comecei a rascunhar as ideias do jogo, mas acabei parando por conta de outro projeto”, narrou.

Com o início da pandemia e das aulas online, os alunos não estavam muito motivados. Foi aí que o professor optou por resgatar o projeto que tinha iniciado anos atrás.

“Comecei a aplicar ele nas aulas online, pedindo para eles montarem o tabuleiro dentro da possibilidade deles. Eles acabaram gostando e assim que retornou o presencial o projeto permaneceu”, conta o profissional.

Aprender brincando

Para quem desejar replicar o jogo, o professor diz que é fácil e o custo é praticamente nulo. Além de aprender matemática, ele diz que o jogo também é sustentável e para produzir basta reciclar nove tampinhas de garrafa.

“O jogo também tem um desenvolvimento sustentável. Como muitas vezes as tampinhas não são reaproveitadas, pensei em algo para tornas úteis e passei a numerá-las de um até nove com caneta permanente e utilizá-las dentro do jogo”, destacou.

Para quem quiser aprender a fazer o tabuleiro, entender melhor a dinâmica do jogo ou tem interesse em replicar em sala de aula, o professor tem um passo a passo no youtube disponível gratuitamente e também se oferece para tirar dúvidas pelas redes sociais.

Fonte: G1

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