Dona de escola investigada por suspeita de colocar crianças em ‘camisas de força’ chega à penitenciária em Tremembé, SP
Fernanda Serme foi presa em Mogi das Cruzes na segunda-feira (25), ficou na cadeia de Itaquaquecetuba e foi transferida para a P1 feminina nesta quinta-feira (28). Penitenciária abriga detentas ligadas a casos de repercussão, como Suzane von Richtofen e Elize Matsunaga.
A dona de uma escola infantil indiciada por tortura e maus-tratos contra crianças na capital foi transferida nesta quinta-feira (28) para a Penitenciária Feminina 1 de Tremembé (SP).
Fernanda Serme, responsável pela escola particular Colmeia Mágica, foi presa em Mogi das Cruzes na segunda-feira (25) e estava detida na cadeia de Itaquaquecetuba até ser transferida para Tremembé. O g1 apurou que ela chegou por volta das 11h45 na P1.
O presídio é conhecido por receber detentas ligadas a crimes de grande repercussão, como Suzane von Richtofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá.
No fim de março, o Fantástico exibiu uma reportagem sobre o caso e mostrou que novas denúncias revelaram outros maus tratos em escola que amarrava bebês.
Novas denúncias revelam outros maus tratos em escola que amarrava bebês
Com a chegada de Fernanda Serme à P1 feminina de Tremembé, ela passa pelo procedimento de ficar 20 dias isolada antes de passar a conviver com as demais presas. Na Penitenciária 1 ela vai ficar em uma cela de 9 metros quadrados.https://36f6b4dc29db530b4f23c445fb6b0cae.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Histórico
Na quarta-feira (27), o Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu o pedido de prisão domiciliar de Fernanda. Após a decisão judicial, a defesa da dona da escola informou ao g1 que entraria com pedido de habeas corpus.
O pedido de prisão domiciliar foi feito pela defesa de Fernanda na terça-feira (26) ao Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) do Tribunal de Justiça de SP. A pedagoga de 37 anos tem um filho menor de idade que depende dela, segundo o advogado Eugênio Malavasi.
Na terça, a investigada passou por uma audiência de custódia que determinou a manutenção da prisão preventiva.
Fernanda e Roberta, além da auxiliar de limpeza Solange da Silva Hernandez, de 55 anos, foram responsabilizadas criminalmente por suspeita de participarem de castigos aos alunos da unidade escolar que choravam ou se recusavam a se alimentar.
Dona de escola nega acusações
Após ser presa, Fernanda negou as acusações à imprensa. “Nenhuma de nós [maltratava as crianças]. Isso vai ser provado”, disse a pedagoga, quando estava em uma viatura da polícia na delegacia em Mogi das Cruzes. Ela não ofereceu resistência e se entregou aos policiais ao ser comunicada sobre o mandado de prisão.
De acordo com o que testemunhas disseram à polícia, apesar de não participar diretamente dos maus-tratos aos alunos, Fernanda era conivente com a situação. Ainda segundo os depoimentos, Roberta era quem amarrava as crianças. Há ainda relatos de que Solange chegou a cobrir a cabeça de um bebê com uma coberta, o que fez com que a criança ficasse internada em um hospital após sentir dificuldades para respirar.
O caso foi revelado em março pelo g1. Todas as três investigadas negam as acusações e se dizem inocentes. A Colmeia Mágica atende alunos de 0 a 5 anos de idade, do berçário ao ensino infantil. Os vídeos e fotos dos alunos amarrados e chorando provocaram indignação da população e protestos dos pais dos alunos.
Fonte: G1