Justiça proíbe coach que colocou pessoas em perigo nos Marins de fazer expedições em montanhas
Uma decisão da Justiça proíbe que o coach Pablo Marçal, que colocou um grupo de pessoas em perigo em uma expedição no Pico dos Marins, realize atividades em picos, montanhas ou espaços de natureza sem autorização da polícia ou órgãos municipais.
A medida foi tomada após um pedido do Ministério Público. O influenciador ainda é investigado por tentativa de homicídio pela Polícia Civil. Tanto o MP quanto a polícia entendem que ele colocou as pessoas em risco de vida mesmo alertado pelas autoridades do risco que corria.
No início do mês, uma expedição de Marçal no Pico dos Marins mobilizou o Corpo de Bombeiros em uma operação de resgate de nove horas.
A decisão da Justiça é da última sexta-feira (14) e é assinada pela juíza Rafaela Assumpção Cardoso Glioche. Ela foi adotada de medida cautelar após pedido do MP. A defesa de Pablo pode recorrer.
RESGATE NA MONTANHA
No dia 5 de janeiro, os bombeiros se mobilizaram por nove horas para resgatar um grupo de 32 pessoas que subiram ao Pico dos Marins sob a liderança de Marçal.
Inicialmente, mais de 60 pessoas participavam da ação, a maioria funcionários do influenciador, mas parte desistiu com a orientação dos guias de que seria arriscado manter a subida. Havia um alerta da Defesa Civil para chuvas fortes, com ventos de até 80 km/h.
Na ação, que foi filmada e compartilhada em suas redes, o coach aparece ignorando as recomendações e debochando das pessoas que deixaram a ‘expedição’ alegando que era uma limitação de mente.
Na madrugada, a chuva persistiu e o grupo teve as barracas rasgadas e alagadas. Então, acionaram os bombeiros. De acordo com o órgão, foram mobilizadas seis pessoas na madrugada para o resgate. A ação foi classificada como irresponsável pelo órgão.
VERSÃO DE PABLO
Em entrevista ao Fantástico, Pablo deu sua versão sobre a expedição.
“Está todo mundo aí falando: ‘o Pablo é irresponsável’. Eu sou irresponsável com a minha própria vida. Então, cada um que cuide da sua. Eu não me vejo irresponsável, sendo que eu chamei o Corpo de Bombeiros. Eu chamei de precaução, contra o grupo inteiro. Eu sou o irresponsável?”, disse.
Na entrevista, ele ainda negou que as barracas estivesse rasgadas ou que não tivesse conseguido dormir aquela noite – mesmo que tenha postado o cenário contrário em suas redes.
PROCESSO
Pablo foi condenado em 2011 por ajudar uma quadrilha a furtar contas bancárias pela internet. Segundo a Polícia Federal, ele era responsável por fornecer uma lista com CPFs de possíveis vítimas ao grupo.
Apesar da investigação, o crime demorou tanto para ser julgado que prescreveu.
Além da condenação, Pablo coleciona processos na Justiça de alunos e clientes que questionam o conteúdo dia cursos e até apontam irregularidades como a emissão de notas fiscais com valor menor que o preço do produto comprado.