Roger Abdelmassih é internado em Taubaté após sofrer complicações cardíacas
Preso em Tremembé, ex-médico foi encaminhado a uma unidade de pronto-atendimento em Taubaté e vai ser transferido para um hospital para tratamento.
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 173 anos de prisão pelo estupro de pacientes, foi internado em um hospital de Taubaté na quinta-feira (16) após complicações cardíacas.
Abdelmassih cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé e, a pedido da defesa, foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) San Marino depois de se queixar de dores constantes no peito e falta de ar.
O ex-médico foi atendido na UPA e foi comprovado o agravamento do quadro clínico. Os médicos apontaram que ele precisa passar por um cateterismo para desobstrução de artérias entupidas.
No início da tarde desta sexta-feira (17), a prefeitura informou que o detento conseguiu uma vaga de internação no Hospital Regional do Vale do Paraíba. Até às 13h45, Roger era mantido na unidade de pronto-atendimento aguardando por uma ambulância da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para a transferência.
Os advogados de Roger Abdelmassih não quiseram comentar a internação do ex-médico.
VOLTA PARA A P2
O ex-médico estava em prisão domiciliar até junho deste ano. Ele havia conseguido o benefício em abril de 2020 por ser considerado integrante do grupo de risco de contrair a Covid-19.
Na decisão que revogou a prisão domiciliar, o Tribunal de Justiça de São Paulo atendeu a um recurso do Ministério Público (MP), afirmando que não há nenhum cuidado que o ex-médico precise que não possa ter na cadeia. O MP alegou que recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) citada na decisão pela juíza, que aborda medidas preventivas à propagação da Covid-19 nas prisões, não pode ser usada para autorizar a “soltura desenfreada de presos”.
Segundo o MP, a decisão de conceder prisão domiciliar a Abdelmassih não considerou a possibilidade de ele ficar isolado dentro da unidade prisional onde cumpria pena.
Para os desembargadores, a pena de prisão pelos crimes sexuais aos quais Abdelmassih foi condenado, o fato de ele já ter simulado uma doença, não autorizam a progressão da pena.
A defesa do ex-médico vem recorrendo a justiça com pedidos para manter Roger sob cuidados médicos em casa. Os advogados alegam que ele sofre de problemas cardíacos severos, precisando de acompanhamento e exames periódicos, que não seriam possíveis na unidade prisional.
Condenado por estupro
Roger, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a prisão em novembro de 2010. Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, Roger tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia até ser preso em 2014 no Paraguai.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de ex-médico de Abdelmassih.