Cem vezes mais potente, maconha sintética vira ‘febre’ em presídios do Vale

Foram apreendidos 67% a mais da droga nos presídios do Vale até julho deste ano do que em todo 2020

A droga chega por carta.

Apenas neste mês de agosto, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo) registra três apreensões de maconha sintética em unidades prisionais do Vale do Paraíba. Todas barradas em correspondências para detentos.

Mas o número é pequeno comparado às 57 apreensões de maconha sintética, também chamada de K4, nos presídios da região neste ano, até julho. É quase o dobro do total de apreensões em todo o ano passado, com 34 ocorrências.

Neste ano, segundo a SAP, a droga foi apreendida em uma ocorrência com visitante, 53 em correspondências e três na área externa. Ou seja, a maconha sintética virou a nova ‘febre’ nas unidades prisionais do Vale.

Maconha sintética estava dentro de adereço de cabelo (Divulgação/SAP)

Maconha sintética estava dentro de adereço de cabelo (Divulgação/SAP)

LABORATÓRIOS

A droga é chamada popularmente de maconha sintética por ser sintetizada em laboratórios. Mas, diferente da maconha natural, o abuso pode provocar overdose e morte, conforme relatos em diversos países.

De acordo com especialistas, os efeitos colaterais incluem psicose, paranoia, confusão mental, irritabilidade, automutilação, taquicardia e arritmia.

Um único consumo é suficiente para provocar overdose em razão de a K4 ser até 100 mais potente do que a maconha tradicional.

A K4 é formada por substâncias que simulam ou têm uma reação muito parecida com o THC, que é o princípio ativo da maconha, mas muito mais potente.

Na forma líquida, ela é borrifada em pedaços de papel na tentativa de burlar a vigilância dos agentes penitenciários. Os papelotes são vendidos por cerca de R$ 30, de acordo com a Polícia Civil.

Não à toa, as apreensões de maconha sintética têm sido cada vez mais frequentes nas unidades da RMVale.

O grande problema, segundo especialistas, é que o usuário não sabe a quantidade da droga incorporada no papel que está consumindo. Portanto, não há consumo seguro.

A droga vem sendo um problema em todo o estado e, segundo a SAP, o aumento da apreensão nas unidades prisionais paulistas foi de 488%, com 86 ocorrências em 2019 e 472, em 2020.

Fonte: O Vale

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