Ministro do STJ prorroga prisão do Pastor Everaldo

Benedito Gonçalves atendeu a pedido da PGR. Presidente nacional do PSC foi preso na mesma operação que levou ao afastamento do governador do RJ, Wilson Witzel.

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu na terça-feira (1º) prorrogar a prisão temporária do Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC.

Benedito Gonçalves atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Pastor Everaldo foi preso no dia 28 de agosto, na mesma operação que levou ao afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

o Rio Jordão em 2016.

DELAÇÃO DE EX-SECRETÁRIO

Pastor Everaldo foi citado na delação premiada do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos, preso por corrupção.

Segundo a delação, Pastor Everaldo mandava na área da saúde do governo estadual.

Segundo acordo homologado pelo ministro Benedito Gonçalves, as declarações prestadas por Edmar “indicam que um dia antes da deflagração da Operação Placebo o Governador repassou R$ 15 mil em espécie ao Pastor Everaldo, o qual mostrou a quantia a Edmar, com receio, em tese, de que a Polícia Federal encontrasse os valores na realização das buscas.”
“Trata-se de provável tentativa de esconder valores supostamente ilícitos, angariados em espécie (prática usual utilizada por grupos criminosos para evitar o rastreamento do dinheiro).”
De acordo com documento que acompanha as diligências autorizadas pelo ministro, Everaldo seria líder de um dos grupos que compõem uma “sofisticada organização criminosa” que tem “o objetivo comum de desviar recursos públicos e realizar a lavagem de capitais, dentre outros crimes”.
Segundo documento, Everaldo comanda o segundo braço da organização “como se proprietário fosse, alguns setores da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro, principalmente sobre as contratações e orçamentos da Cedae, Detran e da pasta da saúde do Estado do Rio de Janeiro”.

Também integram o grupo do pastor Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, operador financeiro, responsável por “efetuar contatos com agentes públicos e empresários, indica as empresas e organizações sociais que devem ser contratadas pela secretaria de Saúde do Rio de Janeiro”; e Edson Torres, que segundo Edmar Santos, é o dono de fato de empresas contratadas pelo Estado e foi o responsável por indica-lo ao cargo de Secretário de Estado da Saúde do Rio de Janeiro para que pudesse exercer influência sobre a pasta.

Laércio e Filipe Pereira, filhos do pastor Everaldo, também integram o grupo. Os dois foram presos.
Um relatório de inteligência financeira revelou que o pastor Everaldo realizou a compra de um imóvel no valor de R$ 2.050.000,00, usando valor em espécie para pagar parte do imóvel adquirido. Além disso, detectou que a empresa EDP Corretora de Seguros, que tem o pastor e seus filhos como sócios, “realizou dezenas de depósitos em espécie, em valor fracionado, de modo a dissimular o total da movimentação, em atividade típica de lavagem de capitais”.

O QUE DIZEM OS CITADOS
O pastor Everaldo Pereira disse que pediu na semana passada ao STJ para ser ouvido. E que foi surpreendido na sexta-feira (28) com sua prisão e com a busca e apreensão realizadas em seus endereços.

Também por meio de nota, o PSC informou que o ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional da legenda, assume provisoriamente o cargo de presidente. O calendário eleitoral do partido segue sem alteração.
O PSC informa ainda que confia na Justiça e no amplo direito à defesa de todos os cidadãos e que o pastor, assim como o governador Wilson Witzel, sempre estiveram à disposição das autoridades.

O pastor seria ouvido por uma comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga gastos públicos durante a pandemia do coronavírus.
A defesa de Laércio e Filipe disse que “a prisão temporária que recai sobre os filhos do Pastor Everaldo é extremamente injusta e desnecessária”. “A ordem se deu apenas para serem ouvidos, mas poderiam ter sido intimados que atenderiam à intimação e prestariam todos os esclarecimentos”, disse o advogado.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *