Ministro Pontes confirma processo de reestruturação no Inpe
Responsável pela pasta de Ciência e Tecnologia confirmou que o Inpe será reestruturado: “Todo mundo tem medo de mudança”
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, confirmou que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) passará por reestruturação, começando pelo setor administrativo e que poderá atingir também outras unidades, como o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos).
“Todo mundo tem medo de mudança. Precisamos mudar a maneira como fazemos as coisas, senão os resultados serão os mesmos”, disse ele no Inpe, em São José dos Campos, na última segunda.
Segundo Pontes, todos os institutos de pesquisa ligados ao Ministério da Ciência serão reestruturados. A meta é melhorar a gestão, reduzir custos e resolver problemas como o déficit de pessoal, um dos principais desafios do Inpe.
O instituto já chegou a ter 1.900 servidores e hoje conta com aproximadamente 600, número que cairá ainda mais até o final de 2020, por causa de aposentadorias.
“A melhoria de gestão vai acontecer em todas as unidades, para que trabalhem de forma sinérgica. Será bom para recuperar a motivação e trazer pessoas para trabalhar”, afirmou Pontes.
Sem entrar em detalhes sobre a reestruturação, o ministro disse que há estudo em andamento em todas as unidades de pesquisa sobre as mudanças que poderão ser feitas.
“Cada diretor vai trabalhar com propostas de melhoria de gestão da sua unidade. Precisamos melhorar os nossos sistemas para ter participação melhor da ciência e da tecnologia no país.”
No início de novembro, o diretor interino do Inpe, Darcton Damião, anunciou mudanças administrativas, como redução de 15 para quatro os coordenadores do instituto com acesso direto à direção.
‘REFORMA DO INPE É INOPORTUNA’, DIZ SINDICATO
Em forma de protesto, Ivanil Elisário Barbosa, presidente do SindCT (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), disse ao ministro Marcos Pontes que a reestruturação do Inpe é “inoportuna” por estar sendo conduzida por um diretor interino.
“Que seja convocado o comitê de busca [para o novo diretor] o quanto antes, para que ele possa dialogar com a comunidade essa necessidade de reforma”, afirmou.
Segundo Barbosa, o Inpe passou por “constrangimentos” com a demissão do ex-diretor Ricardo Galvão, exonerado do cargo em agosto por bater de frente com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “As críticas feitas ao Inpe são injustas”.
(O Vale)