Devoto faz romaria em cadeira de rodas até Basílica de Aparecida

Lourival Leonetti perdeu a perna após cair de uma torre de telefonia de 18 metros de altura. Para ele, sobreviver ao acidente é mais um milagre de Nossa Senhora Aparecida em sua vida.

Um homem que teve a perna amputada após sofrer um acidente de trabalho faz uma romaria de cadeira de rodas para celebrar o 12 de outubro no Santuário Nacional em Aparecida. Para Lourival Leonetti, que caiu de uma torre de telefonia de 18 metros de altura, sobreviver ao acidente é mais um milagre de Nossa Senhora Aparecida em sua vida.
“Eu vou para agradecer pela vida. Foi grave, mas perdi uma perna, e não a vida”, disse.
O devoto, de 59 anos, saiu de Salto (SP), onde mora, na última semana. Foi de ônibus até Jacareí e pediu ao motorista que o deixasse no entroncamento da Dom Pedro I com a Dutra. A partir dali, ele começou sua peregrinação de mais de 90 km em uma cadeira de rodas até a Basílica de Aparecida.
A ideia de Lourival é chegar no Santuário para a missa da manhã de sábado, feriado da Padroeira. Segundo ele, por dia são cerca de 15 a 20 quilômetros percorridos em um dos principais corredores de trânsito do país.
“Está sendo difícil, pesado, dolorido, mas tenho recebido muita ajuda de outras pessoas, romeiros pelo caminho, amigo de outras romarias”, afirmou o devoto, que leva consigo apenas roupas, itens de higiene e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.
QUEDA DE TORRE
O acidente que causou o amputamento da perna esquerda de Lourival aconteceu em dezembro do ano passado. Ele fazia uma manutenção em uma torre de telefonia móvel, quando ela se desprendeu da base e ele caiu de uma altura de 18 metros.
“Não tinha como correr e a pancada foi forte. Eu fiquei internado, fiz todo tratamento, mas tive uma infecção e para evitar a morte os médicos decidiram pela amputação da minha perna, que foi feita três meses atrás”, disse.
Mesmo assim com a limitação imposta, o devoto quis fazer uma romaria para agradecer Nossa Senhora Aparecida por ter escapado com vida do acidente.
“Quando o médico falava comigo, já tinha em mente a promessa. Eu faria a romaria do jeito que fosse porque minha fé não mudou, ela se renovou, com mais força e intensidade. Em nenhum momento deixei a depressão me agarrar. Superei tudo, mudei o jeito de viver. [O acidente] me deixou numa situação difícil, mas eu não vou parar”, disse o romeiro.

MILAGRE
Lourival afirma ser testemunha de um milagre. Ou mesmo dois milagres. Isso porque na década de 90 ele conta que sofreu um acidente com uma colheitadeira de arroz em que fraturou a vértebra e, após mais de dois anos em coma, ficou tetraplégico. Ele disse que tentou suicídio, mas a arma falhou e então desistiu.
Tempos depois, ele se apegou à fé e prometeu à Nossa Senhora Aparecida que faria uma romaria, também em uma cadeira de rodas. Ele partiu de sua cidade e atribui a um milagre de Nossa Senhora Aparecida o fato de dar três passos ao chegar no Santuário Nacional.

Um ano e meio depois daqueles três passos, Lourival havia voltado a andar sozinho e desde então faz romaria todos os anos para agradecer à Santa.

(G1)

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