Cidades do Vale têm taxa de morte violenta acima da média nacional
De acordo com o estudo ‘Atlas da Violência 2019’, do Ipea, nove cidades do Vale do Paraíba registraram taxa de homicídio acima da média nacional de 25,4 para localidades com menos de 100 mil habitantes; taxa é endêmica.
‘Capital da violência’ no interior de São Paulo, o Vale do Paraíba tem nove cidades com taxa de homicídio por 100 mil habitantes acima da média nacional.
É a constatação do estudo ‘Atlas da Violência 2019’, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Ministério da Economia.
De acordo com o levantamento, a taxa média nacional de homicídios em cidades menores de 100 mil habitantes é de 25,4, segundo os dados de 2017, os mais recentes apresentados pelo estudo.
No Vale, nove cidades têm taxa acima da média do país: Monteiro Lobato (74,7), Natividade da Serra (54,8), Lorena (40,7), Roseira (38,1), Potim (37,2), Piquete (28,6), Lavrinhas (28), Cunha (27,8) e Redenção da Serra (25,6).
Os municípios contabilizaram 69 homicídios em 2017, segundo o ‘Atlas da Violência’, sendo 61 assassinatos registrados e oito homicídios ocultos.
O Ipea explicou que os “homicídios ocultos” são aqueles “classificados como mortes violentas com causa indeterminada”, com falha no registro da “causa correta” por parte do Ministério da Saúde.
EPIDEMIA
No total, o Vale tem 30 cidades avaliadas no ‘Atlas da Violência 2019’, com os outros nove municípios sem registro de assassinatos em 2017.
As outras tiveram taxa de homicídio abaixo da média nacional na respectiva categoria, sendo 41,1 (municípios acima de 500 mil habitantes) e 37,1 (entre 100 mil e 500 mil).
No entanto, dessas 30 cidades, 28 têm taxa de homicídio acima de 10 por 100 mil, índice considerado “zona epidêmica” pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
É o caso das principais cidades da região, como Caraguatatuba (27,9 de taxa), Caçapava (24,6), Guaratinguetá (24,3), Pindamonhangaba (20,9), Taubaté (19,6), São Sebastião (18,1), Jacareí (17,3), Ubatuba (16,6) e São José dos Campos (13).
Região tem mais alta taxa de homicídios do estado; governo mira a redução em 2019
O número de vítimas de homicídio doloso caiu 7,5% no Vale neste primeiro semestre, com 160 mortes contra 173, em igual período de 2018. As vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) recuaram 36%: 11 para sete óbitos. Mesmo assim, segundo a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), o Vale tem a mais alta taxa de homicídios do estado. Nos últimos 12 meses, foram 13,3 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes. Na segunda colocação, a Baixada Santista tem 7,6. “Nossa meta é reduzir para 10 até o final do ano e gradualmente trabalhar em um dígito. São Paulo tem 6,83, e queremos chegar nesse padrão aqui no Vale. Não se faz isso de forma rápida, mas com tempo e ações”, disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Fonte: O Vale