‘Show de besteiras’, diz general Santos Cruz sobre o governo

O ex-ministro da Secretaria de Governo comentou também que não foi informado por Bolsonaro sobre o motivo de sua demissão, embora tenha reconhecido que a troca de ministros seja ‘uma prerrogativa do presidente’.

Demitido da Secretaria de Governo da Presidência da República na semana passada, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou que o governo de Jair Bolsonaro é “um show de besteiras” e que precisa “tirar a fumaça da frente para o público enxergar as coisas boas, e não uma fofocagem desgraçada”. As declarações – dadas em entrevista à revista Época – foram publicadas nesta quinta-feira (20).

“É um show de besteiras. Isso tira o foco daquilo que é importante. Tem muita besteira. Tem muita coisa importante que acaba não aparecendo porque todo dia tem uma bobagem ou outra para distrair a população, tirando a atenção das coisas importantes”, disse Santos Cruz na conversa.

O ex-ministro comentou também que não foi informado por Bolsonaro sobre o motivo de sua demissão, embora tenha reconhecido que a troca de ministros é “uma prerrogativa do presidente”.

“Substituir ministro é uma coisa normal, não é coisa excepcional. Não perguntei o porquê para facilitar as coisas. A partir da hora que decidiu, não vou ficar gastando tempo para discutir o porquê. É mais uma obrigação da pessoa explicar. Não é só direito meu saber, como também é obrigação da pessoa explicar. Ele não explicou”, disse.

Atacado pela chamada “ala ideológica” do governo e criticado publicamente pelo ideólogo Olavo de Carvalho e por um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o general não detalhou os acontecimentos que antecederam sua saída da Secretaria. Mesmo assim, criticou a “fumaceira danada” provocada por “gente que fica o dia inteiro” no Twitter.

Na mesma entrevista, Santos Cruz disse que a população “precisa de resultados” e criticou brigas pessoais, invenções de notícias e xingamentos contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo ele, os ataques a Maia atrapalham o governo.

“Você discordar de métodos de trabalho é normal, até publicamente. Discordâncias são normais, de modo de pensar, modo de administrar, modo de fazer política, de fazer coordenação. Mas, atacar as pessoas em sua intimidade, isso acaba virando uma guerra de baixarias. Não é o que interessa para o Brasil. O Brasil não pode continuar discutindo esse nivelzinho de coisa”, ressaltou o ex-ministro de Jair Bolsonaro.

AMIZADE

O general declarou ainda que, após a demissão, não terá chance de cultivar a, até então, longeva amizade com o presidente Bolsonaro, devido às atribuições da Presidência. Mesmo assim, disse considerar que o presidente “continua sendo a mesma pessoa”.

Fonte: O Vale

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