Janeiro, mês mais violento da história de Cruzeiro
Não há na história de Cruzeiro o registro de um mês com tantos assassinatos como os ocorridos em janeiro deste ano. Foram seis casos. Os crimes ceifaram as vidas de Jovens e repercutiram na opinião pública. A morte de uma criança causou revolta e consternação. A onda de matança, iniciada há cerca de um ano, alcançou o pico no primeiro mês de 2019 e evidencia a cidade como uma das mais violentas do eixo São Paulo – Rio de Janeiro.
Para a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), a maioria dos casos estaria ligada ao acerto de contas no mundo do tráfico ou por vingança. “São crimes de difícil elucidação porque ocorrem sempre à noite, em locais de nenhuma movimentação e sem testemunhas. Quando há testemunhas, elas ficam com medo de ajudar a polícia”, comentou um policial.
Empregar motocicletas é a estratégia nos crimes encomendados devido à agilidade na locomoção. Geralmente, avalia a polícia, esses veículos sinalizam mortes motivadas por acertos de contas ou rivalidade no mercado de drogas. Nesse mundo prevalece a lei do “fio de bigode”. Quem deve na “biqueira” paga com a própria vida. Traficante que invade a área de domínio de outro também se põe no mesmo risco.
O mês mais violento de todos os tempos registrou o primeiro caso no dia 2, com a morte de jovem de 18 anos no Eco Vale. O rapaz teria entrado no condomínio para tentar vingar a morte de um irmão, acabou dominado e morto a tiros. Dois dias depois, no Itagaçaba, Leonardo Henrique de Souza, de 23 anos, resultou ferido a tiros e morreu dias depois.
Na Rua Maria Paulina, na Vila João Batista Alta, Claudinei José de Oliveira, de 39 anos, morreu baleado no final da madrugada do dia 23. Na Vila Celestina, no dia 28, João Luiz da Costa, o Kituti, de 34 anos, morreu baleado na Rua Alaíde Pinheiro, na Vila Celestina.
Durante troca de tiros com policiais militares na noite de 29, Jonathan Silva Santos, o Tekinha, de 21 anos, morreu na Rua Major Crispim Bastos, na Vila Loyelo. Beneficiado pela “saidinha de Natal”, o jovem furtou veículo na Lagoa Dourada antes de abrir fogo contra policiais militares.
REVOLTA E COMOÇÃO
Por muito tempo, permanecerá na memória dos cruzeirenses a imagem de João Pedro, de 3 anos, morto na noite do dia 18, no Jardim São José. Um dos casos de maior repercussão na história da cidade gerou forte comoção popular e revolta. A mãe, Taís Albano, e o padrasto, Mauro Gleisson, confessaram o assassinato durante trabalho dos mais notáveis dos investigadores da DIG.
Dado como desaparecido, o corpo de João Pedro foi encontrado enterrado no matagal às margens da Avenida Florindo Antico, no Bairro Km 4, dois dias depois. Mãe e padrasto confessaram ter matado o menino com golpes de madeira de cabo de vassoura. O casal está preso acusado de homicídio e de ocultação de cadáver.