Trabalhadores demitidos da Avibras fazem passeata por pagamento de verbas rescisórias

De acordo com o sindicato, desde as demissões, em 18 de março, os funcionários aguardam os pagamentos. Categoria vai a Brasília pedir intervenção do governo federal no processo. Avibras demitiu os funcionários depois de entrar em recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões.

Os trabalhadores demitidos da Avibras fizeram uma passeata pelas ruas de São José dos Campos (SP) nesta terça-feira (29) pedindo o pagamento das verbas rescisórias. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, desde as demissões, em 18 de março, os cerca de 400 funcionários aguardam os pagamentos.
Segundo a entidade, eles tentaram a reversão das demissões, mas a empresa decidiu manter o corte. Apesar disso, desde a dispensa, eles estão sem receber as verbas da demissão.
A Avibras demitiu os funcionários depois de entrar em recuperação judicial alegando uma dívida de R$ 600 milhões, entre fornecedores e impostos.
Após o ato, os funcionários decidiram em assembleia fazer um ato em Brasília no domingo (3) pedindo a intervenção do governo na empresa e a reversão do corte. Além disso, na quinta-feira (30) vai haver uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para falar sobre a empresa, que é fornecedora do setor de defesa no Brasil.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A Avibras acumula dívidas de cerca de R$ 640 milhões. O montante foi declarado pela empresa em um pedido de recuperação judicial protocolado no dia 18, mesma data das demissões. A empresa alegou que houve queda de mais de 70% na receita saindo de R$ 848 milhões em 2020 e despencando para R$ 223 milhões em 2021.

O pedido de recuperação é uma tentativa de acordo com os credores, supervisionado pela Justiça. Caso o juiz acate o pedido, a empresa ganha um fôlego para pagar quem deve. Quem cobra ajuda a estipular os termos do acordo para o pagamento.
As dívidas acumuladas são R$ 360 milhões a credores diversos e R$ 280 milhões em tributos não pagos.
Ainda não há prazo para que haja uma decisão sobre o pedido. A empresa alegou que há sinalização de novos contratos e com as tensões na Rússia, fazendo parte da indústria de defesa, deve ter impacto positivo na produção.

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