Exportações da RMVale caem 23% após o coronavírus, afirma governo

Empresas da região venderam US$ 1,32 bilhão em janeiro e fevereiro contra US$ 1,71 bilhão no primeiro bimestre de 2019. O valor registrado é o menor para o mesmo período desde 2016; importação e superávit também caíram.

Crise econômica, instabilidade política e epidemia de coronavírus. Mistura desastrosa para o comércio exterior do Vale do Paraíba.

A exportação da região caiu 23% no bimestre frente a igual período de 2019, segundo os números divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia.

As empresas venderam US$ 1,32 bilhão no ano contra US$ 1,71 bilhão no primeiro bimestre do ano passado.

O valor exportado em 2020 é o menor para o mesmo período desde 2016, quando a região vendeu US$ 1,07 bilhão em janeiro e fevereiro.

E não foi só a venda que caiu. A importação também recuou no primeiro bimestre do ano, com -14%. O montante caiu de US$ 895,7 milhões nos dois primeiros meses de 2019 para US$ 768,9 milhões neste ano.

A retração pode sinalizar para uma menor produção industrial no Vale.

A LG Electronics, em Taubaté, por exemplo, paralisou a fabricação de celulares por falta de peças importadas China, em razão da epidemia do coronavírus. A empresa deu férias coletivas por 10 dias a 200 trabalhadores.

A queda na exportação e na importação também impactou no resultado da balança comercial da RMVale, que teve superávit de US$ 554,5 milhões no bimestre, queda de 33% frente ao resultado do mesmo período de 2019, de US$ 823,3 milhões.

“A China isolou a região [de Wuhan], que é bastante industrializada e isso vai fazer cair a produção”, afirmou José Geraldo Vantine, consultor de Logística.

“Começa a faltar material para fábricas do país e da região, que importam componente mecânicos e eletrônicos. Com isso, a importação sofre maior impacto”.

Oito das 10 cidades mais exportadoras da região venderam menos no bimestre

Com exceção de São Sebastião e Pindamonhangaba, oito das 10 cidades mais exportadoras do Vale do Paraíba reduziram as vendas em 2020.

São José dos Campos lidera a balança comercial da região com US$ 375,7 milhões vendidos ao exterior em janeiro e fevereiro deste ano, mas com queda de 17% na comparação aos US$ 453 milhões exportados no primeiro bimestre de 2019.

Segunda maior exportadora, Ilhabela registrou recuo de 43%, com US$ 365,8 milhões contra US$ 647,1 milhões. Outros municípios também perderam: Taubaté (-51%), Jacareí (-23%), Guaratinguetá (-26%), Caçapava (-18%), Cruzeiro (-43%) e Lorena (-44%). As exceções foram São Sebastião ( 28%) e Pindamonhangaba ( 51%).

São José e Ilhabela lideram no saldo, mas com queda comparado a 2019

Ilhabela e São José tiveram os maiores superávits em 2020, com US$ 365,8 milhões e US$ 208,9 milhões, mas ambos com queda ante 2019: US$ 647 milhões e US$ 268 milhões.

São Sebastião passou de déficit de US$ 33 milhões para superávit de US$ 107,5 milhões. Pindamonhangaba cresceu seu saldo positivo em 168%, de US$ 17 milhões para US$ 46 milhões. Jacareí saiu de US$ 12 milhões para déficit de US$ 456 mil. Taubaté ampliou o déficit: US$ -9,6 milhões para US$ -48 milhões. Guaratinguetá também: US$ -63 milhões para US$ -92 milhões.

Fonte: O Vale

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