PRODUTORA DE QUEIJOS DE BANANAL LEVA SABORES DA SERRA DA BOCAINA AO MUNDO

A pequena Bananal, no Vale do Paraíba, volta a ganhar destaque internacional graças à trajetória de Mônica Alvarenga, produtora artesanal de queijos de cabra que conquistou reconhecimento dentro e fora do Brasil. Em setembro, ela será jurada no Concours Mondial du Fromage et des Produits Laitiers de Tours, na França, um dos concursos mais importantes do setor.

Instalada há uma década na Serra da Bocaina, Mônica transformou seu sítio, o Condado dos Guapuruvus, em referência de produção autoral. Seus queijos Paixão Absoluta, Neve da Montanha e Chèvre do Condado carregam características únicas do terroir da região. O mais famoso, o Paixão Absoluta, é maturado com cogumelo shiitake cultivado na própria propriedade e já foi elogiado pelo mestre francês Laurent Mons, que afirmou se tratar de “um queijo mais francês que os franceses”.

A produtora iniciou sua jornada de forma autodidata, intensificando os estudos durante a pandemia por meio de cursos online. Associada à SerTãoBras, ela investiu em cabras da raça Saanen, aperfeiçoou técnicas de cura e passou a explorar as condições climáticas da Bocaina como diferencial: clima fresco, neblinas constantes e pastoreio livre das cabras, que garantem identidade aos queijos.

Antes de embarcar para a França, Mônica participará como jurada no primeiro concurso de queijos do Sudeste, que acontece no fim de agosto em Cunha (SP). A presença em dois eventos consecutivos reforça o potencial da Serra da Bocaina como polo queijeiro em ascensão.

“Cada queijo é um retrato da Serra da Bocaina. O terroir imprime o clima, a vegetação e até o cuidado do produtor. É como se fosse uma fotografia comestível da Mata Atlântica”, resume Mônica.

Mas sua história não se limita aos queijos. Com forte ligação ao teatro, onde atuou por 40 anos, ela também se dedica à literatura recentemente lançou o livro “Não Conte para as Formigas” e já assinou projetos de paisagismo, como o jardim da Praça Pedro Ramos, no centro histórico de Bananal.

Figura múltipla e criativa, Mônica Alvarenga simboliza a união entre tradição, experimentação e identidade cultural, levando o nome de Bananal e da Bocaina para além das montanhas.

Fonte: Gazeta de Bananal

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