Dez maiores cidades do Vale têm agrotóxicos na água, diz estudo
Investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e Public Eye revela que um coquetel que mistura 27 agrotóxicos foi encontrado na água de abastecimento das 10 maiores cidades do Vale do Paraíba entre 2014 e 2017.
Coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água das 10 maiores cidades da RMVale –80% da população da região– entre 2014 e 2017. No período, as empresas de abastecimento detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar.
Desses, 16 são classificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas, como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.
Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye.
Segundo as agências, as informações são parte do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento.
Dos 27 agrotóxicos monitorados, de acordo com o levantamento, 20 são listados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network, grupo que reúne centenas de organizações não governamentais que trabalham para monitorar os efeitos dos agrotóxicos.
Para a lei brasileira, porém, o problema é pequeno. Apenas 0,3% de todos os casos detectados de 2014 a 2017 ultrapassaram o nível considerado seguro para cada substância.
No Vale, Jacareí, Ubatuba e São José tiveram os piores resultados no estudo, respectivamente com 25, 24 e 22 agrotóxicos detectados na água acima do limite considerado seguro na UE (União Europeia).
As demais cidades também registraram número de pesticidas superior ao limite da UE: 17 em Pinda, 16 em Caraguatatuba, 14 em Lorena, 12 em Taubaté e 10 em Guaratinguetá..
Fonte: O Vale