Com cerca de R$ 76 milhões em dívidas, Daruma tem falência decretada em Taubaté

Empresa tentava recuperação judicial desde 2017. Do valor, R$ 2,4 milhões representam dívidas trabalhistas.

A Justiça decretou a falência da Daruma, em Taubaté. Há cerca de 50 anos atuando no ramo de tecnologia, a empresa estava em recuperação judicial desde 2017.
Segundo documentos entregues à Justiça, a empresa acumulava dívida de cerca de R$ 76 milhões. Com o fechamento, cerca de 150 funcionários foram demitidos. A empresa deve cerca de R$ 2 milhões em dívidas trabalhistas.
A decisão foi tomada na terça-feira (16) pela Justiça de Taubaté. A medida veio após um pedido da própria empresa que alegou que, com a pandemia e a perda de contratos importantes para suficiência financeira, não teria como arcar com o plano de pagamento das dívidas.
A Daruma havia pedido recuperação judicial em 2017, quando a empresa acumula débitos e apresenta à justiça um plano para pagamento, sem decretar falência. O acordo foi homologado em agosto de 2018 e previa que ela quitasse as dívidas trabalhistas em 12 meses, o que não foi feito. O plano de recuperação ainda previa chance de novos mercados com a tecnologia 5G e com a expansão da Internet das Coisas.
Apesar disso, em fevereiro deste ano, a empresa alegou ter perdido seu principal contrato e ter ficado sem fôlego para manter os pagamentos. Assim, pediu à justiça que fosse decretada a falência.

A medida impacta, não só os funcionários atuais, como os que já foram desligados. Na ação de recuperação judicial há inúmeras ações de ex-funcionários exigindo o pagamento de débitos trabalhistas.
Em fevereiro deste ano, trabalhadores temiam o fechamento da empresa sem o pagamento dos direitos e salários. À época, a empresa havia apresentado uma proposta de fim de contrato de trabalho com pagamento de direitos, mas eles temiam que valores não fossem pagos. Funcionários que procurarama reportagem nesta quinta-feira (18) disseram que valores não tinham sido pagos.
Bêtania dos Santos trabalhava há dez anos na linha de produção da empresa e foi demitida em dezembro de 2019. Ela conta que saiu sem receber seus direitos. “Tive que entrar na Justiça, muitos de nós entramos. O FGTS desse tempo todo de trabalho e ainda não recebi”, conta.
O Sindicato dos Metalúrgicos informou em nota que trabalha no “sentido de garantir os créditos trabalhistas dos funcionários da Daruma e está à disposição dos trabalhadores da empresa que desejarem ser representados pela entidade”.
A reportagem tentava contato com os advogados da empresa até a publicação.

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