ENGENHEIRO DE LORENA RELATA TER SIDO ABANDONADO POR GUIA EM TRILHA NA INDONÉSIA: “CRIANÇAS LOCAIS NOS ACOMPANHARAM”

O engenheiro mecânico Willians Francelino, natural de Lorena (SP), relembrou uma experiência assustadora vivida em 2024 durante uma trilha na Indonésia. Assim como o caso recente da brasileira Juliana Marins, que morreu após cair de um penhasco no Monte Rinjani, Willians e um grupo de amigos também foram deixados para trás por um guia turístico durante uma subida ao Monte Batur, em Bali.

“É uma situação que nos marcou muito. Estávamos em um grupo de cerca de 10 pessoas, mas com ritmos diferentes de caminhada. Um dos meus amigos estava com dificuldade, e a guia decidiu seguir com o restante do grupo para ver o nascer do sol. Ficamos para trás”, contou Willians em entrevista ao portal g1.

Segundo ele, a guia deixou duas crianças locais para acompanhá-los até o topo do vulcão. “Elas não falavam inglês e não tinham qualquer tipo de preparo para lidar com emergências”, relatou o engenheiro, que permaneceu ao lado do amigo para garantir que ele não ficasse sozinho.

O percurso completo durou cerca de quatro horas, e, apesar das dificuldades, o grupo conseguiu chegar ao fim da trilha em segurança. “A minha preocupação era que algo acontecesse com meu amigo, como aconteceu com a Juliana. A trilha é perigosa, o terreno é irregular, não há acesso a veículos e o resgate é extremamente difícil por conta do clima e da neblina”, destacou.

Willians também chamou atenção para a falta de estrutura e preparo dos serviços turísticos em regiões como Bali. “A maioria dos guias são moradores locais que vivem com muito pouco. Não sei se existe alguma certificação formal das agências, mas acredito que deveria haver mais de um guia por grupo”, afirmou.

O relato ganha ainda mais peso após a tragédia envolvendo Juliana Marins, de 26 anos, que desapareceu na trilha do Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, e foi encontrada morta após uma queda de aproximadamente 650 metros. A família da jovem acusa os guias de tê-la abandonado após ela demonstrar cansaço durante a caminhada.

Para Willians, a situação reforça a importância de estar atento à qualidade dos serviços contratados no exterior, principalmente em atividades que envolvem riscos. “Tivemos sorte, mas poderia ter sido muito pior. O abandono em trilhas não é um caso isolado”, alertou.

O depoimento do engenheiro de Lorena reacende o debate sobre a responsabilidade de guias turísticos e a segurança de turistas estrangeiros em trilhas na Indonésia, que, apesar de suas paisagens deslumbrantes, ainda carece de protocolos rigorosos em muitos de seus roteiros mais procurados.

FONTE: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *