‘EM PAZ’: APÓS DOIS DIAS DESAPARECIDO EM SÃO JOSÉ, MÃE DESCOBRE QUE FILHO ESTAVA MORTO

‘Ele ia ser sepultado como indigente. É muito doloroso’, relatou a mãe do rapaz.

Dois dias depois de tê-lo como desaparecido, uma mãe de São José dos Campos descobriu que o filho, de 44 anos, já estava morto. Dona Léia Porto, de 71 anos, relatou a OVALE que o caçula de seus dois filhos saiu de casa às 5h30 da manhã de segunda-feira (18), em “surto” e “sem rumo”. Daniel Porto era dependente químico havia 27 anos.

No mesmo dia, ela começou a buscá-lo. “Procurei nas UPA, nos hospitais, fiz boletim de ocorrência, menos no IML, porque não pensava em ir lá, não tive coragem. Ontem (quarta-feira, 20), minha amiga da igreja disse para colocar foto dele nas redes sociais, porque o pessoal compartilha e poderia ter informação. Como ela mora na Vila Industrial, foi até o IML e reconheceu o corpo dele. Só então eu soube, ele ia ser sepultado como indigente. É muito doloroso, mas Deus é tão bom que pôs essa minha amiga para reconhecer no IML”, disse emocionada.

Dona Léia foi informada de que o filho pode ter sofrido um mal súbito. “Ele andou muito na segunda-feira. Moro em Santana e acharam ele em frente ao Vale Sul, caído. O Samu foi lá, tentaram reanimá-lo, mas ele já estava morto. Quando ele desaparecia, eu tinha muito medo de ele se matar ou de alguém machucar ele. O que me consola é que ele passou mal. Meu filho mais velho foi ao IML e perguntei como estava a fisionomia do Daniel, se era de sofrimento, mas ele disse que parecia que estava até sorrindo”.

Amor de mãe

Dona Léia fala do filho problemático como só uma mãe poderia falar. “Ele tinha 44 anos, era muito bonito, tinha um talento tremendo para desenho. A gente lutou com ele, estava tentando ficar bem, mas é muito dificil, não teve jeito. Agora ele está em paz, estava sofrendo muito. Eu, mãe, estou sofrendo muito, a saudade já está batendo.”

A mãe tem convição de que o filho descansou em paz. “No domingo (17), ele foi para a igreja comigo, conversou muito com Deus, acho que até pediu que Deus levasse ele. Se culpava muito por fazer eu e meu marido sofrer há 27 anos.”

Daniel foi sepultado nesta quinta-feira (21), às 13h, no Cemitério Maria Peregrina, em Santana. Ele deixa os pais e o irmão mais velho.

Fonte: O Vale

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