HOMEM ACUSADO DE MATAR ESTUDANTE DA FACIC VAI À JÚRI POPULAR NESTA QUARTA(20)

Vai à júri popular, quarta-feira (20), o homem acusado de matar a esposa asfixiada em setembro de 2020, em Lorena, no interior de São Paulo. O julgamento está previsto para começar às 9h30.

Álvaro Bastos Monteiro Magalhães, que tinha 25 anos na época do crime, é acusado de ter matado a estudante Caroline Coelho Monteiro após uma briga ocorrida na casa da sogra de Caroline.

Dias depois, ele procurou a polícia para confessar o crime e indicar onde o corpo da companheira estava. Ela deixou uma filha de quatro anos de idade à época.

Procurada pelo g1, a defesa de Álvaro Bastos disse que espera “que seja um julgamento justo, decotados os excessos da acusação, a fim de que se tenha uma pena justa”.

A vítima

Caroline era a filha mais velha e deixou um irmão, que hoje tem 14 anos, e a filha, que na época tinha 4 anos e hoje tem 7. Ela estava cursando o 8º semestre de Direito na Facic e tinha encerrado o estágio de dois anos na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Segundo um familiar da jovem, Caroline viajava todos os dias à noite para Cruzeiro para estudar. Durante o dia, ela cuidava da filha.

“A Caroline era uma menina muito boa, determinada, responsável. Quando ela teve a filha, mesmo sendo mãe cedo, continuou os estudos. A filha era tudo para ela, era a motivação dela para lutar”.

Segundo a família, a filha de Caroline já tinha entendimento da mãe e lembra de Caroline até hoje. O desafio da família, atualmente, é tentar não deixar com que a dor da perda abale a criança, hoje com 7 anos de idade.

“A filha na época já entendia, lembra da mãe. Ela sente falta, chora, mesmo três anos depois é difícil. A gente tenta fazer de tudo para suprir, não deixar transparecer a dor, nada para ela, para que ela não perceba”, narrou.

“A gente nunca mais vai ter ela, nunca mais vai ter, mas o que a gente quer é pelo menos ter o conforto que vai dar tudo certo, que ele responda pelo o que ele fez”.

Ainda segundo a família, uma das paixões de Caroline era andar à cavalo — algo que a jovem tentava passar para a filha enquanto estava viva.

“Uma paixão que ela tinha era cavalgar. Cavalgava desde os dois anos de idade e estava ensinando a filha dela. A família toda andava. Hoje é a gente que mantém a tradição e cavalga com ela”, contou.

O crime

Segundo a denúncia do Ministério Público, Caroline estava com Álvaro e a filha, de quatro anos, na casa da sogra, quando passou a discutir com o companheiro. Após a briga, o casal saiu em um carro e deixou a filha no local, com a avó.

Durante o trajeto, Álvaro e Caroline continuaram brigando, o que, em seguida, se tornou agressões físicas, próximo ao Horto Florestal de Lorena. Ainda segundo a denúncia, o acusado retirou Caroline do carro, a deitou no chão, tirou suas roupas e a forçou a manter relações sexuais com ele.

Durante a violência, Caroline teve ferimentos nas costas, maxilar, mandíbula, cabeça e boca. Em seguida, segundo o MP, Álvaro asfixiou Caroline – o que causou a morte da estudante.

Com a vítima morta, Álvaro teria colocado novamente as roupas em Caroline para tentar despistar eventual crime sexual, além de ter arrastado o corpo pelo matagal, deixando a cena do crime em seguida.

De acordo com o relatório da Polícia Civil, o delegado responsável pelo caso foi comunicado sobre o desaparecimento de Caroline na noite do dia 1º de outubro de 2020. No dia 2, a polícia iniciou a investigação do caso.

Segundo o relatório, a defesa procurou a Delegacia da Defesa da Mulher alegando que Álvaro indicaria onde o corpo de Caroline estava. Naquele momento, a polícia passou a tratar o caso como feminicídio e não mais como um desaparecimento.

Juntamente com Álvaro, a polícia foi até o Horto Florestal de Lorena e, após percorrer cerca de 4 km de estrada na mata, o suspeito indicou onde o corpo de Caroline estava.

Fonte: G1/ Vale do Paraíba e Região

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