CASO MARCO AURÉLIO: POLÍCIA FAZ NOVAS ESCAVAÇÕES EM BUSCAS POR ESCOTEIRO QUE DESAPARECEU HÁ 38 ANOS NO INTERIOR DE SP

A Polícia Civil retomou na manhã desta segunda-feira (18) as buscas por Marco Aurélio Simon, escoteiro que está desaparecido há 38 anos, ao sumir durante uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete, a 200 quilômetros da capital paulista.

A retomada da operação aconteceu após drones brasileiros identificarem pontos onde ossos podem estar enterrados na região. O drone tem tecnologia capaz de fazer detecção de materiais mesmo em uma grande profundidade.

Cinco pontos foram demarcados e serão escavados ao longo dos próximos dias – a previsão é que a operação seja encerrada até a próxima sexta-feira (22).
Um dos pontos fica perto da porteira de entrada do Pico dos Marins, enquanto os outros quatro são localizados na área de mata da região.

Participam das buscas, além da Polícia Civil, a Polícia Militar, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros e peritos do Instituto de Criminalística.

A reportagem apurou que os peritos usarão instrumentos para peneirar a terra nestes pontos, já que os ossos podem estar em migalhas por conta do processo de decomposição ao longo dos anos.

CASO DESARQUIVADO
O caso foi desarquivado em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma área próxima ao acampamento.

Em novembro do ano passado e em julho de 2021, escavações chegaram a serem feitas pela Polícia Civil em uma casa e terrenos na área rural de Piquete (SP), mas nos dois casos a ação terminou sem o encontro de novas evidências sobre o caso Marco Aurélio.

Cães farejadores participaram da última busca em 2022, mas apenas um material orgânico, sem relação com o escoteiro, foi localizado na época.

SEGUNDA LINHA DE INVESTIGAÇÃO
A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.

A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.

Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.

HISTORICO
Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, faziam uma trilha como escoteiros ao cume do Pico dos Marins, o mais alto do estado de São Paulo, que fica na cidade de Piquete.

À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para investigar seu desaparecimento, mas terminou arquivado e sem resposta. Mais de 30 anos depois, com um novo depoimento, a polícia decidiu pela reabertura e investigação do caso.

A primeira linha já foi executada em parte, com uma escavação, que terminou sem o encontro de novos indícios. Ainda há uma área a ser escavada, mas é classificada como de preservação ambiental e, por isso, foi necessária uma série de autorizações.

A segunda aponta suspeita de que estaria em Taubaté, depois de terem visto um morador de rua com os mesmos traços dele. À época do desaparecimento, havia depoimento de um motorista de ônibus que disse ter visto Marco Aurélio e ter dado a ele carona para ele.

A polícia tem ouvido pessoas que estavam com o menino à época, pessoas que disseram ter visto Marco Aurélio e mapeado penitenciárias e espaços de acolhida de pessoas em situação de rua em busca de informações.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *