COM MAIOR TAXA DE HOMICÍDIOS EM SP DESDE 2010, VALE REDUZ PARTICIPAÇÃO EM INVESTIMENTOS

Participação da região no total de investimentos do estado de São Paulo cai de 11,40% para 0,47%

Enquanto a violência no Vale do Paraíba cresceu nos últimos 12 anos, a região amargou um desempenho mais baixo na atração de novos investimentos.

De acordo com especialistas, regiões com taxas baixas de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, indicador universalmente aceito para medir a violência, atraem mais investimentos do que aquelas cuja taxa está em ascensão.

Este é o caso do Vale.

A região tornou-se líder do ranking da violência no estado de São Paulo em 2010 e não deixou mais o posto. Desde então, tem a mais alta taxa de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes de todo território paulista.

Nos últimos 12 meses, entre julho de 2022 e junho de 2023, a região registra 12,52 vítimas de homicídio por 100 mil, 25% a mais do que a segunda colocada, que é Araçatuba (10), e 155% acima da taxa da capital (4,91), a menor do estado.

Com exceção do Vale e de Araçatuba, todas as outras regiões paulistas têm taxa abaixo de 8. Campinas registra 6,20. Os dados são da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública).

INVESTIMENTO

Os dados da Fundação Seade mostram que a região vem perdendo participação no total de investimentos confirmados no estado de São Paulo desde que se tornou líder da violência.

A série histórica do Seade mostra o Vale com 3,18% de participação no total de investimentos do estado em 2012, com R$ 3,62 bilhões de um total de R$ 114 bilhões. No ano seguinte, a presença do Vale subiu para 11,46% do total dos investimentos, com R$ 6,79 bilhões em meio a R$ 59,3 bilhões em São Paulo.

A partir daí, a participação começou a cair: 7,42% em 2014 e 4,65%, 4,67% e 1,86% nos anos seguintes. Em 2018, um aumento para 6,20%, patamar nunca mais alcançado pela região: 0,40% (2019), 1,81% (2020), 0,81% (2021) e 2,44% (2022).

Neste ano de 2023, considerando o primeiro semestre, a região acumula R$ 214 milhões em investimentos em um total de R$ 45,6 bilhões, o que representa uma participação pífia de 0,47%.

O Vale está bem distante de outras regiões de porte semelhante, como Campinas (36,6% de participação), Bauru (5,51%) e Sorocaba (4,63%).

CONTRAMÃO

A região de Campinas fez o caminho oposto.

Enquanto reduzia a taxa de vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, de 10,60 em 2010 para 6,2 em 2023, a participação nos investimentos paulistas mais do que dobrou, passando de 15% para 36%.

“Regiões com indicadores de violência mais altos tendem a atrair menos investimentos. A segurança pública é um item analisado na hora de decidir pelo investimento”, disse o economista Edson Trajano, professor da Unitau (Universidade de Taubaté).

Fonte: O Vale

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