Após cogitar parar supercomputador Tupã por falta de verba, diretor do Inpe anuncia compra de novo equipamento

Custo foi de US$ 729 mil e a máquina deve ser entregue em até 60 dias. De acordo com Inpe, equipamento consome menos energia.

Em um vídeo feito na segunda-feira (14), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Clézio di Nardin, disse que a instituição comprou um novo equipamento para substituir o supercomputador Tupã, que faz a previsão de estiagem e clima, que estava sob cogitação de ser desligado por falta de verba (veja acima). O investimento anunciado foi de US$ 729 mil e a máquina deve ser entregue em até 60 dias.
Após o vídeo, em pronunciamento na terça-feira (15) o ministro Marcos Pontes também confirmou a chegada do novo equipamento ao cumprimentar o diretor do instituto em um evento.
“Foi comprado um novo computador, agora desembaraço, digamos assim, para que possa ser integrado. Daí tem o momento de ligação e teste que demora algum tempo para fazer os testes. Não é tão simples como um laptop, é complexo. Vai ser muito bom porque o Tupã já está muito antigo, ele consome muita energia, ele usa água para refrigeração, já está ultrapassado. E esse computador novo vai substituir com vantagens operacionais, vantagens de energia e outras vantagens dentro do sistema”, disse o ministro Pontes.
O ministro, no entanto, não deu detalhes sobre a nova máquina ou prazo para a transferência para o instituto.

De acordo com a direção do Inpe, o computador foi comprado em parceria com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com preço de US$ 729 mil.
Em entrevista ao G1 no dia 31 de maio o diretor do Inpe informou que o corte de orçamento deixou o instituto sem verba para o pagamento de energia elétrica e manutenção do supercomputador ligado. A máquina consome R$ 5 milhões em energia ao ano para funcionamento e resfriamento. Sem a verba, ele seria mantido apenas até agosto.
É com o Tupã que as equipes do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) fazem os relatórios sobre a estiagem no Brasil. Com o alerta de crise hídrica, os documentos são entregues semanalmente para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e sem os dados, o governo fica às cegas sobre a gestão do problema.
No vídeo divulgado pelo diretor na segunda-feira (14) ele cita que o Tupã vai mesmo ser desligado, mas que o Inpe teria conseguido a aquisição de um equipamento de menor porte, mas com capacidade equivalente.
“É verdade, nós estamos preparando um estudo para desligar o Tupã. Ele é um computador que gasta muita energia elétrica, necessita de resfriamento com água gelada e por isso gasta muita energia. Aprovamos na PNUD a compra de um computador equivalente ao Tupã no valor de R$ 729 mil dólares e será entregue entre 50 e 60 dias”, informou.
O Tupã foi adquirido em 2010 e chegou a ser o 29° equipamento mais potente do mundo, sendo capaz de fazer 258 trilhões de cálculos por segundo. À época da compra, ele foi adquirido por US$ 23 milhões. Em outubro de 2020, em entrevista ao G1, Clézio chegou a falar sobre a possibilidade de compra de máquinas menos potentes, mas mais econômicas como medida provisória.

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