Taubaté: Dos 14 envolvidos na ‘Farra das Viagens’, nove concorrerão esse ano

Após o caso ser revelado pelo jornal em julho de 2018, os parlamentares foram alvo de inquéritos do Ministério Público nas esferas cível e criminal; investigações foram arquivadas após os vereadores devolverem aos cofres públicos o dinheiro que haviam recebido indevidamente

Dos 14 parlamentares da Câmara de Taubaté envolvidos no escândalo da ‘Farra das Viagens’, nove concorrerão novamente esse ano: são oito vereadores e um suplente.
Após o caso ser revelado pelo jornal em julho de 2018, os parlamentares foram alvo de inquéritos do Ministério Público nas esferas cível e criminal. As investigações foram arquivadas após os vereadores devolverem aos cofres públicos o dinheiro que haviam recebido indevidamente.

Ao todo, foram identificadas 70 viagens com irregularidades entre 2017 e 2018. Os 14 parlamentares devolveram, ao todo, R$ 14.714,59.
Dos vereadores que buscarão a reeleição, aquele que recebeu a maior quantia indevidamente foi Jessé Silva (PL), que teve que devolver R$ 4.841,75 referentes a 21 viagens com irregularidades.
O segundo na lista foi Douglas Carbonne (DEM), que recebeu indevidamente R$ 2.748,41 em 10 viagens com irregularidade.
O terceiro na lista é Bilili de Angelis (PSDB), que teve que restituir R$ 1.581,40 que haviam sido recebidos após oito viagens com irregularidade.
A quarta da relação é Vivi da Rádio (Republicanos), que recebeu indevidamente R$ 1.277,95 em oito viagens com irregularidade.
O quinto da lista é Diego Fonseca, que teve que devolver aos cofres públicos R$ 971,20 que havia recebido após quatro viagens com irregularidade.
O sexto da relação é o suplente Fião Madrid (PSDB), que fez duas viagens com irregularidade e teve que devolver R$ 419,20.
O sétimo da lista é Nunes Coelho (Republicanos), que também fez duas viagens com irregularidade e teve que devolver R$ 375,85.
O oitavo da lista é Dentinho (PSL), que teve que devolver R$ 245,41 que havia recebido indevidamente após duas viagens com irregularidade.
A relação é encerrada com Bobi (PSDB), que teve que devolver R$ 117,72 que havia recebido indevidamente em uma viagem com irregularidade.

FORA DO PÁREO
Os outros cinco vereadores envolvidos na ‘Farra das Viagens’ não serão candidatos esse ano e, consequentemente, deixarão a Câmara no fim de dezembro.
Dois deles não irão concorrer por impedimento legal: Graça (PSD) e Digão (PP) eram presidentes da Câmara em 2013 e 2015, respectivamente, anos cujas contas foram rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), o que poderia levá-los a serem enquadrados na Lei da Ficha Limpa.
Graça, que deixará a Câmara após quatro mandatos, teve que devolver R$ 349,77 que havia recebido após duas viagens com irregularidade. Digão, que tinha como objetivo concorrer à Prefeitura esse ano, havia recebido indevidamente R$ 374,18 em duas viagens com irregularidade.
Os outros três vereadores optaram por não tentar a reeleição esse ano: Gorete Toledo (DEM), que teve que devolver R$ 901,46 que havia recebido em cinco viagens com irregularidade; João Vidal (PSB), que havia recebido R$ 271,29 em duas viagens com irregularidade; e Alexandre Villela (PSD), que teve que restituir R$ 239 referentes a uma viagem com irregularidade.
Em 2019, mais de 90% dos eleitores disseram que não votariam em ‘farristas’
Quatorze meses atrás, mais de 90% dos eleitores taubateanos não pretendiam votar em vereadores envolvidos no escândalo da ‘Farra das Viagens’ na eleição de 2020.
O dado foi apontado em um levantamento feito pela Interativa Pesquisas, que entrevistou 400 eleitores da cidade em agosto de 2019.
Desses entrevistados, 90,75% disseram que não votariam em vereadores citados no caso. Já 7,95% afirmaram que poderiam votar, mas dependendo do candidato. E apenas 2% disseram que votariam nesses parlamentares. O intervalo de confiança da pesquisa era de 95%, com uma margem de erro de 5%.
Câmara tenta evitar acesso do jornal a relatórios de viagens de 2013 a 2016
A ‘Farra das Viagens’ foi revelada em julho de 2018, após o jornal obter na Justiça uma decisão que obrigou a Câmara a liberar os relatórios das viagens oficiais realizadas na atual legislatura, iniciada em 2017. Desde dezembro de 2018 o jornal também pede que a Justiça obrigue a Câmara a disponibilizar os relatórios de viagens oficiais realizadas na legislatura passada, entre 2013 e 2016. As decisões de primeira e segunda instâncias foram favoráveis ao jornal, mas a Câmara recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que ainda não analisou a apelação.
Análises do TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontam irregularidades nas despesas com viagens também em anos anteriores, como 2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015 – nas três primeiras, o TCE fez apenas recomendações, e as três últimas acabaram rejeitadas.
(O Vale)

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