Mês de julho teve o maior número de queimadas na RMVale em 22 anos, diz INPE
O número representa um aumento de 278% do número registrado no mês anterior, em junh
O registro de queimadas se tornou frequente nos últimos dias em toda a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte). Somente em julho de 2020, a região chegou a marca de 50 focos de incêndio registrados por satélite, o que leva o mês a ser o segundo pior julho desde que os registros de queimadas começaram a ser feitos, há 22 anos. Só perde para o mesmo mês em 2003, quando 97 queimadas foram registradas na região.
O número representa um aumento de 278% do número registrado no mês anterior, em junho, quando os satélites mostraram 18 queimadas na região. Quando comparado ao mesmo mês em 2019, o aumento é de 227%, quando a região registrou 27 focos de incêndio.
Já 2020 fica em 14º entre os anos com mais registros. De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os levantamentos sobre o número de queimadas em matas usa como base os dados de monitoramento por satélite.
Apesar da alta nos últimos dias, 2020 segue sendo um ano com números relativamente dentro da média. O primeiro trimestre registrou apenas quatro queimadas, sendo duas em janeiro, nenhuma em fevereiro e duas em março. O segundo trimestre ficou marcado com 43 queimadas, sendo sete em abril e 18 em maio e junho. Enquanto julho registrou 50 focos de incêndio. Nos 10 primeiros dias de agosto, 13 pontos de queimadas foram registrados.
Desde que o levantamento começou a ser feito em 1998, 2004 foi o pior ano, onde 439 queimadas foram registradas nos 12 meses. O pior mês apontado pelo INPE, foi dezembro de 2002, quando 155 queimadas foram percebidas pelo satélite.
Os dados por cidades não foi informado.
Já a níveis nacionais, o Brasil é o país que mais registra queimadas na América do Sul, com 55.631 focos registrados em 2020. Em seguida, vem a Argentina com 35.412 focos de incêndio e a Venezuela 34.647. Apesar disso, o tamanho dos países em questão devem ser levados em conta.
O Corpo de Bombeiros acredita que a principal causa dos incêndios que acabam se alastrando e tomando grandes proporções é a própria população. Muitas pessoas tentam “limpar” a vegetação ateando fogo, mas ele sai de controle devido ao tempo seco somado a outros fatores, como o mato seco, que ajuda o fogo a se espalhar.
Os bombeiros também contam com uma espécie de manual para prevenir as queimadas. Ações como jogar bitucas de cigarro no chão, soltar balões, fazer fogueiras em áreas de mata e queimar entulho aumentam consideravelmente os riscos de queimada. Caso o foco de incêndio já esteja acontecendo é necessário acionar o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193.