Presidiários de Potim fazem casinhas artesanais para cachorros de rua

O material usado na confecção vem de doações

Presos da Penitenciária II de Potim estão produzindo casinhas para cães abandonados como uma das formas de ressocialização dentro da cadeia. Desde meados de junho, eles constroem as casas de madeira, com materiais doados por outras instituições.
De acordo com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) a ação acontece em parceria com três presídios da região. A penitenciária de Potim, a de Caraguatatuba e a de Tremembé. Nas duas primeiras é feita de forma semelhante, pelo projeto “Cão tem lar, cão tem casa”, onde os detentos aplicam os conhecimentos em marcenaria e de pintura de madeira para produzir as casinhas.
A tinta usada na decoração e pintura das casinhas vem de doações de pessoas comuns, ONGs (Organizações Não Governamentais) e outras entidades, assim como os paletes de madeira, que seriam descartados.
Os presos desmontam os paletes, selecionam os pedaços de acordo com o tamanho e após montam as casinhas para cães de pequeno, médio e grande porte. Por último são feitas as pinturas, que também são realizadas pelos internos. Em média, são feitas 15 casas artesanais por mês, desde junho mais de 30 já foram distribuídas.
As casinhas são doadas para a ONG Patas Pela Inclusão. A organização é responsável por promover feiras de adoção de cães que estão no canil da Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé. Quem adota pode levar a casinha junto. Outras casas feitas pelos presos também são doadas à ONGs da região.
Em Potim cinco detentos participam da confecção, todos eles em regime semiaberto. Foram selecionados para participar do processo com base nas aptidões e experiências na área de marcenaria. As habilidades específicas para a confecção são desenvolvidas no próprio presídio, sob a supervisão de servidores da unidade prisional. Em troca da produção, os detentos ganham a redução na pena.
“Fico imensamente feliz, porque sei que essas casinhas serão o lar de cães recém adotados, que estavam em situação de abandono”, disse um dos detentos participantes do projeto, mas sem se identificar.
Para o diretor-geral do presídio, Gustavo Henrique Costa, a ação ajuda na ressocialização dos presos. “Além de desenvolverem suas habilidades, os reeducandos se afastam do ócio por meio do trabalho manual e diminuem seu tempo no cárcere, graças a remição de pena”.

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