Operação do MP investiga desvio de repasses da Prefeitura de Taubaté para plano de saúde de servidores

Investigação aponta que valor repassado pela prefeitura ao sindicato era superior ao necessário. Após repasse, os valores seriam desviados para uma empresa, com o pretexto de prestação de serviços de gestão dos contratos de planos de saúde.

O Ministério Público realiza na manhã desta quarta-feira (22) uma operação que investiga possível desvio de repasses feitos pela Prefeitura de Taubaté ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público para o custeio dos planos de saúde dos servidores. O desvio apurado é de mais de R$ 2 milhões.

A ação conta com promotores de Justiça, servidores do Ministério Público e policiais do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar.
Segundo o MP, são 11 mandados de busca e apreensão em Taubaté, Caçapava e Ubatuba. Entre os alvos estão as sedes da Câmara de Taubaté, do sindicato investigado e empresas que participariam do esquema.
Há suspeitas de que um vereador de Taubaté seja o responsável pelo esquema. Entre os crimes investigados estão organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro.
A reportagem tenta contato com representantes da Prefeitura e Câmara de Taubaté e do Sindicato dos Servidores Públicos.

INVESTIGAÇÃO
A operação é resultado de uma investigação do Ministério Público iniciada em 2016 que indica que, ao menos desde o ano de 2016, o sindicato passou a solicitar, e a Prefeitura a repassar, valores superiores aos necessários para custeio dos planos de saúde dos servidores municipais.
Após o repasse para o sindicato, os valores seriam desviados para uma empresa, com o pretexto de prestação de serviços de gestão dos contratos de planos de saúde intermediados pelo sindicato. As apurações do MP apontam que a empresa teria recebido mais de R$ 2 milhões em repasses realizados pela administração.
Durante a investigação, o MP identificou que os valores dos aportes realizados pela prefeitura para o custeio dos planos de saúde eram solicitados em valor superior ao necessário pelo sindicato. Dessa forma, a empresa era remunerada com dinheiro público.
O MP apura ainda a possível existência de negócios financeiros pessoais entre uma sócia da empresa investigada com pessoas ligadas ao sindicato.
Além das buscas realizadas na operação, a Justiça determinou o sequestro de três imóveis de alto padrão e de uma lancha, para assegurar futura reparação de eventuais danos causados ao erário.

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