Quatro tripulantes de navio panamenho barrado no litoral de SP retornam para países de origem
Tripulação estava barrada com embarcação no litoral, após denúncias de falta de pagamento com dívida de US$ 177 mil. Embarcação foi contratada por empresa brasileira que pagou dívida de salários e valor para repatriação dos trabalhadores estrangeiros.
Quatro tripulantes do navio panamenho que estava barrado no litoral norte de São Paulo puderam retornar para os países de origem – Ucrânia e Montenegro – neste fim de semana. O navio chegou em São Sebastião em junho e foi barrado após funcionários acionarem o consulado por falta de pagamento.
Segundo o Ministério do Trabalho, os tripulantes tiveram os salários pagos por uma empresa brasileira, que contratou o navio para serviço de exportação de soja e açúcar. Os quatro embarcaram para o país de origem no sábado (18).
A embarcação havia saído de Casablanca, no Marrocos, em março, com destino ao Brasil. A embarcação percorreu o litoral brasileiro, até chegar a São Sebastião, onde foram barrados. À época, a tripulação estrangeira acionou o consulado e o Ministério do Trabalho para reclamarem da falta de pagamentos e condições precárias de trabalho.
O MPT chegou a mover uma ação na Justiça contra a empresa, que à época devia US$ 177 mil em salários. Na Justiça, a proprietária do navio disse que deixou de arcar por dificuldades financeiras, por causa da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o MPT, uma empresa brasileira contratou a companhia panamenha para o transporte de soja e açúcar e ofereceu como pagamento pelo serviço o acerto do valor exigido pela Justiça para a repatriação e salários dos tripulantes, cerca de US$ 300 mil.
Com o valor, quatro tripulantes, sendo três ucranianos e um de MonteNegro, nos Balcãs, foram repatriados. Os trabalhadores foram retirados do navio no início de sábado em uma ação conjunta da Polícia Federal e MPT e levados para o aeroporto, onde embarcaram no fim de sábado.
Segundo o órgão, doze pessoas ainda estão no navio e nove querem voltar para o país de origem. Segundo o MPT, eles permaneceram porque a embarcação exige tripulação de segurança de 12 pessoas.
Os demais trabalhadores são de MonteNegro, Croácia e Ucrânia. A empresa brasileira está buscando profissionais para fazer a substituição. A embarcação segue parada em São Sebastião.
A reportagem acionou a responsável pelo navio, mas não obteve retorno até a publicação.