OMS: Casos de Covid-19 parecem ter chegado a platô no Brasil e não crescem em ritmo descontrolado
Especialista explicou que o índice “R” – o número de pessoas que cada infectado passa o vírus – agora parece estar entre 0,5 e 1,5 em todos os estados do Brasil
As infecções por coronavírus no Brasil não devem mais aumentar exponencialmente e atingiram um platô, criando uma oportunidade de controlar o surto, afirmou o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O especialista explicou que o índice “R” – o número de pessoas que cada infectado passa o vírus – agora parece estar entre 0,5 e 1,5 em todos os estados do Brasil, e o número de novos casos chega a 40 mil a 45 mil por dia:
“O vírus não está dobrando na comunidade como acontecia anteriormente, então o aumento não é exponencial”.
E que não havia “absolutamente nenhuma garantia de que ele caísse por si só” e que o Brasil “está bem no meio da crise”.
Ele também relembrou que o número de profissionais de saúde vítimas da Covid-19 chega a 10% no país e no mundo, destacando o sacrifício feito por essas pessoas na linha de frente do combate.
“A pandemia da Covid-19 nos mostrou que a saúde não é um item de luxo, ela é a base da estabilidade social, econômica e política”, ressaltou também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Os profissionais de saúde na linha de frente ao coronavírus sofrem com exaustão física e psicológica e estão trabalhando em ambientes extremamente estressantes, reforçou a entidade.
Na mesma coletiva, a OMS anunciou os gastos e os desafios que serão necessários para que as 63 nações menos desenvolvidas se recuperem, alertando para a necessidade de ações, tanto para conter o vírus como para recuperação econômica.
E, apesar do Brasil estar entre os países selecionados, a organização salientou que o país vem criando nas últimas décadas seus próprios mecanismos para combater seus problemas e que os esforços estariam destinados a nações ainda mais pobres.