Antes ‘inimigo do foro’, clã Bolsonaro tenta manter sujeira debaixo do tapete

“Eu não quero essa porcaria de foro privilegiado”.

Ao lado do filho Flávio, o então deputado federal Jair Bolsonaro gravou vídeo em 2017 criticado o foro privilegiado. No ano seguinte, o capitão seria eleito presidente, com um discurso que vendia-se como a ‘nova política’ que refundaria Brasília, duramente abalada por gravíssimos escândalos de corrupção.

No entanto, com 28 anos de infrutífera vida parlamentar, com resultados pífios e práticas distantes do que prega-se como uma nova política, o fisiológico Bolsonaro é velha política até a alma.

Uma prática comum da velha política, aquela mais interessada em perpetuar-se no poder, é a contradição entre o que se prega ontem e hoje. O foro privilegiado é um bom exemplo.

Em janeiro de 2019, por exemplo, quando a suspeita de ‘rachadinha’ começava a assombrar o clã Bolsonaro, o senador Flávio disse em entrevista ser contra o foro, mas…

“Sou contra o foro, mas não é uma escolha minha. O foro é por prerrogativa de função. Então, querendo ou não querendo, eu tenho que entrar com o remédio legal no órgão competente”, disse o parlamentar, investigado por supostamente liderar um esquema de corrupção em seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), quando deputado federal, e operacionalizado na linha de frente pelo seu ex-assessor Fabrício Queiroz, hoje preso.

Nesta quinta-feira, a 3ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio contrariou jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal) e determinou que a investigação sobre a rachadinha deixe a primeira instância e vá para o Órgão Especial da Corte. O filho mais velho do presidente sustentou que, na época do início das apurações, era deputado estadual e, por isso, teria direito a foro especial.

O que teme Flávio? Que fantasmas assombram a família Bolsonaro?

Que a Justiça seja feita.

Fonte: O Vale

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