Governo cria socorro ao setor elétrico, e conta de luz pode aumentar em 2021
Valor total do empréstimo para cobrir rombo no setor não deverá ultrapassar R$ 14 bilhões. Como cada distribuidora receberá uma parcela diferente, valor pago por consumidores vai variar.
O governo federal publicou na segunda-feira (18), em edição extra do “Diário Oficial da União”, um decreto para estabelecer as regras de empréstimo para distribuidoras de energia elétrica.
O decreto não estipula o valor do empréstimo, que será fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não deverá ultrapassar o total de R$ 14 bilhões. O objetivo do socorro é cobrir o rombo financeiro no setor elétrico, gerado pela queda no consumo de energia e o aumento da inadimplência, reflexos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
A partir de 2021, os consumidores vão passar a pagar o empréstimo, por meio da cobrança de uma tarifa adicional nas contas de luz. O valor será parcelado em 60 meses, ou seja, a quitação deve ocorrer apenas em 2025. Como cada distribuidora receberá uma parcela diferente do empréstimo, o valor a ser pago por consumidores atendidos por uma distribuidora será diferente do que vai ser pago por clientes de outra.
Com o empréstimo, o governo vai permitir a antecipação de recursos que já seriam pagos pelos consumidores nas contas de luz. Os recursos vão servir para cobrir diversos custos do setor elétrico.
O QUE DIZ O DECRETO
O texto prevê que os valores das operações irão compor a “Conta-covid”, gerida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Esses recursos pagarão, entre outros itens:
– custo da sobrecontratação de energia, resultante da queda na demanda;
– adiamento dos reajustes tarifários de algumas distribuidoras até 30 de junho;
– postergação de pagamento de grandes consumidores, para que possam pagar a energia consumida, e não a contratada.
PANDEMIA
A pandemia do novo coronavírus provocou efeitos na economia global. No caso do setor elétrico, houve forte impacto na receita das distribuidoras, principalmente em razão da queda na demanda e do aumento da inadimplência.
No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que a inadimplência no setor saltou de 3% para 12%.
OUTROS PONTOS
Saiba outros pontos do decreto:
– Os valores destinados a cada distribuidora serão fixados mensalmente pela Aneel;
– Para receber recursos do empréstimo, as distribuidoras terão que atender algumas condições como não suspender ou reduzir os contratos de compra e venda de energia elétrica.
(Fonte: G1)