Adolescentes empreendedores investem em ‘galos gigantes’ em Cruzeiro
Dois adolescentes de Cruzeiro decidiram empreender em um negócio inusitado: eles investem em ‘galos gigantes’. José Henrique Fonseca e Guilherme Bueno, de 15 anos, mantêm uma criação de galos da espécie Índio Gigante. Os animais são usados como mestre para a procriação e até como de estimação para amantes de galos e podem valer mais de R$ 60 mil.
A iniciativa começou com Guilherme, que conta que sempre estudou sobre animais e conheceu a espécie em um grupo em uma rede social. Vendo a chance de fazer algum dinheiro, juntou R$ 100 e comprou o primeiro galo, mas o animal não alcançou a altura necessária – eles podem chegar a 1,20 metro.
Como ele conta, o sucesso é na persistência e não desistiu de primeira. Passou então a estudar a espécie, o mercado, conhecer investidores, criadores e se cercar de tudo que envolvia o negócio.
“Eu vi uma chance de negócio e é uma coisa que eu já gostava de fazer. No começo, minha família achou que era loucura, mas quando começaram a enxergar o negócio, me apoiaram. Os amigos estranham que a gente goste mais de galinha que de vídeo game”.
Vendo o esforço do amigo, José Henrique decidiu entrar com o ‘capital’ no negócio. Ele fazia alguns trabalhos em um açougue na cidade e compraram três animais para a reprodução, com investimento total de R$ 4 mil.
Ele explica que o animal é usado como mestre na reprodução. Com maior porte, ele é capaz de potencializar os nascidos e gerar espécies como a deles – maiores e mais fortes. A espécie é ‘queridinha’ de produtores de ovos e aves. Ele explica que um galo em tamanho normal custa de R$ 25 a R$ 60, mas um gerado a partir de um cruzamento com a espécie pode variar de R$ 300 a R$ 500.
“Eu amo animais e eu vi que ele estava inteirado do assunto, com gente que sabia o que estava fazendo e decidi investir. Peguei amor pelo negócio e estamos há dois anos construindo isso juntos”, conta José Henrique.
Galos influencers
Hoje eles mantêm 50 pintinhos. A dupla teve de emprestar o terreno da casa da avó de um deles porque a criação não cabia mais em casa. Já fizeram algumas vendas e participam de leilões de animais, mas para sustentar o negócio com os cuidados necessários para que os galos se desenvolvam, encontraram outras possibilidades de fazer dinheiro entorno do negócio com a internet.
Guilherme, a cabeça criativa do negócio, percebeu que os produtores, investidores e leiloeiros tinham dificuldade para divulgar seus negócios e eventos pela falta de habilidade com as mídias sociais. Foi então que ele começou a bombar a própria página, com a história inusitada, e faz papel de ‘influencer’ do setor e gestor de mídias sociais.
Quando há leilões, ele monta as artes, divulga, cria listas de transmissão pelo Whatsapp para avisar sobre o evento e faz vídeos e transmissões dos leilões. Tudo que é arrecadado é revertido para infraestrutura do criadouro, fundo para investimento em outros animais, além de compra de suplementos.
“É o nosso negócio. Todo mundo tem que começar de algum lugar e é o que estamos fazendo. Unimos algo que gostamos com a chance de fazer dinheiro”, comenta.
O amigo não se arrepende do investimento e acredita no esforço de Guilherme para o sucesso do negócio. “Eu estou focado, quero fazer administração e quero que esse nosso sonho saia do papel”, conta José Henrique.
(G1).