Réu por matar quatro atropelados em São José é ameaçado de morte, diz advogado
Camiseta com ameaça foi jogada na casa que pertence à família de Mateus Jesus de Souza, na zona oeste. O jovem é réu pelas quatro mortes provocadas pelo atropelamento em 2017 na SP-
Um morador da casa onde vivia o jovem que matou quatro pessoas atropeladas em São José dos Campos, em setembro de 2017, prestou queixa à polícia por ameaça. Segundo o advogado do atropelador, uma camiseta com ameaça de morte foi lançada no sábado (18) na casa onde o réu pelas mortes morava e que atualmente é ocupada por inquilinos.
A polícia recolheu a roupa e vai investigar o caso. Mateus de Jesus Souza está preso em São Paulo, após se entregar em fevereiro.
Segundo o boletim de ocorrência, a rua onde fica o imóvel, no Jardim das Indústrias, na zona oeste de São José, tem sido rota de motociclistas que passam acelerando em frente à casa. Os moradores entendem o ato como uma intimidação.
Os pais de Mateus não vivem mais no local – com medo de represálias. Após o atropelamento mudaram para a capital e alugaram a casa. O filho deles ficou foragido por um ano.
No relato à polícia, o morador disse que por volta de 17h30 de sábado, uma camiseta branca foi lançada para dentro da casa. Nela estão os dizeres ‘Mateus assassino’, ‘Vai morrer’ e quatro cruzes foram desenhadas. O autor da ameaça não foi identificado.
“Vou incluir essas ameaças ao processo. Elas mostram que Mateus, mesmo preso, pode estar em uma situação de risco, algo precisa ser feito”, disse Warley Freitas, advogado de defesa do acusado.
A polícia deve investigar a ação para tentar identificar a autoria das ameaças. Mateus está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Pinheiros.
Quando se entregou à polícia, prestou depoimento e disse que não tinha comparecido antes por medo, já que ele e a família vinham sendo ameaçados pelas redes sociais.
ATROPELAMENTO
Mateus matou quatro jovens atropelados na rodovia Geraldo Scavone (SP-66) na noite de 7 de setembro de 2017. Os mortos foram um jovem motociclista que aguardava socorro na pista após sofrer acidente, acompanhado por um grupo que prestava socorro.
O carro que Mateus dirigia passou pelo local e atingiu em cheio os jovens. Ele estava a bordo de uma caminhonete e não parou para prestar socorro.
Na audiência de custódia no fórum de São José, no mês passado, Mateus falou pela primeira vez à Justiça sobre o acidente. Na ocasião, ele admitiu que ingeriu bebida alcoólica na noite do atropelamento.
Mateus disse também ao juiz que parou após o atropelamento, mas que ouviu gritos de pessoas falando para matá-lo e para não deixá-lo fugir. Ao ver a confusão, ele se desesperou e fugiu. Ele disse ainda que algumas motos perseguiram ele durante a fuga, o que teria o deixado com mais medo.
(G1)