Após ser denunciado por plágio pela Ferrari, dentista quer criar veículo exclusivo

Morador de Cachoeira Paulista fez um protótipo do modelo F40 da Ferrari, mas foi rastreado pelo setor de propriedade da escuderia italiana após colocar réplica a venda. Réplica foi apreendida, pode ser destruída e ele pode responder juridicamente pelo caso.

Depois de criar uma réplica de um carro da Ferrari, ser denunciado pela marca italiana por plágio e ter o protótipo apreendido pela Polícia Civil, o dentista Vitor Estevan diz que vai investir na criação de um veículo com modelo original. Ele levou mais de um ano para reproduzir o modelo de luxo da escuderia italiana e pode ter sua criação destruída caso a perícia comprove a cópia do modelo.

“Já que a cópia causou problemas, criar um modelo exclusivo seria o melhor caminho a seguir”, desabafa. O protótipo do modelo F40 foi apreendido e está no pátio de Lorena. Após a perícia, a polícia vai concluir o inquérito e apresentar um laudo à justiça.

Se for comprovado o plágio, além da destruição do veículo, o dentista de Cachoeira Paulista pode responder por copiar desenho industrial sem autorização.

Com o impasse com a empresa em andamento e correndo o risco de responder criminalmente pelo ‘projeto’, o dentista decidiu criar um modelo próprio e já trabalha no design. Segundo ele, o novo veículo será um modelo 4×4 para uso militar. Nos detalhes técnicos, ele planeja ainda um veículo sustentável, movido por um motor elétrico.

“Sou fã do Senna e ele é minha inspiração. Quando olho para ele, vejo que precisamos de brasileiros assim: entusiastas. Precisamos elevar o país a outro nível e revelar o nosso potencial de criação. Quero dar exemplo a essa nova geração de crianças de que é possível realizar os sonhos, desde que façam com dedicação”, diz.

Segundo o dentista, o futuro modelo já está sendo desenhado e deve levar cerca de um ano para sair do papel. Sobre o investimento, ele calcula que deve gastar cerca de R$ 80 mil para a construção da nova empreitada.

Autointitulado ‘entusiasta de ciência e tecnologia’, ele desenvolveu métodos de produção para otimizar o tempo de produção e assim conseguir alcançar o sonho da Ferrari própria. Ter o modelo era uma vontade que guardava desde a infância, mas por não ter condições financeiras para adquirir e manter o veículo – já que o modelo F40 tem preço mínimo estimado em R$ 4 milhões – resolveu criar o próprio ‘possante’.

PÉ NO FREIO
Vitor trabalhava há mais de um ano na reprodução do modelo quando foi descoberto pela Ferrari depois de uma publicação em um site de vendas em que oferecia R$ 80 mil pela réplica que construiu. Ele disse que por dificuldades financeiras, cogitou se desfazer da criação, chegou a colocar um anúncio na internet, mas em seguida decidiu que não iria se desfazer do protótipo.

A empresa encontrou o anúncio e registrou um boletim de ocorrência pedindo que ele fosse investigado por uso de propriedade intelectual da marca, no caso do design. Há dois anos a marca tem acompanhado, de maneira a frear, cópias de seus modelos sem autorização – sobretudo as ocorrências em que é identificada a tentativa de obter lucro, como, segundo o advogado que representa a empresa, foi detectado no caso.

O dentista explica que nunca tinha saído com o carro da garagem e ele ainda não estava pronto, mas colocou à venda depois que sua clínica foi furtada e todos os equipamentos foram levados. Ele queria o valor para reabrir o espaço, mas desistiu da venda e passou a atuar como prestador de serviços para manter o protótipo.

A conclusão do inquérito pela Polícia Civil será feita até o dia 12 de fevereiro.

(G1 Vale do Paraíba e Região).

 

 

 

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