Com impacto da pandemia, RMVale é a única região do estado a registrar queda no valor do PIB
Segunda região mais rica do interior do estado de São Paulo, com PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 119,2 bilhões no ano passado, a RMVale sofreu mais do que outras regiões com a pandemia do novo coronavírus.
Levantamento da Fundação Seade mostra que o Vale do Paraíba foi a única região do estado a registrar queda no valor do PIB de 2019 para 2020, justamente por causa do impacto da epidemia, que afetou severamente o setor industrial da região.
Na comparação com o valor do PIB de 2019, o indicador caiu 2% no Vale em 2020, passando de R$ 121,7 bilhões para R$ 119,2 bilhões no período.
Nenhuma outra região paulista registrou queda no PIB entre um ano e outro. Pelo contrário. O crescimento chegou a 12,4% na região de Franca, com o PIB passando de R$ 26,4 bilhões para R$ 29,6 bilhões.
A RMVale foi na contramão da média estadual, que cresceu 2,4% no mesmo período, com R$ 2,32 bilhões de PIB no ano passado contra R$ 2,27 bilhões no final de 2019.
Outras regiões também registraram forte crescimento entre os dois anos, como Araçatuba (11,3%), Marília e Barretos (10%), São José do Rio Preto, Central e Itapeva (8%), e Ribeirão Preto e Presidente Prudente (7%).
Mais próxima da vocação industrial da RMVale e primeira no ranking da riqueza do interior, a região de Campinas registrou crescimento de 3,1% em seu PIB entre 2019 e 2020, subindo de R$ 418,9 bilhões
para R$ 431,8 bilhões.
O desafio é ainda maior para o Vale analisando os dados do PIB desde 2018, quando a região registrou R$ 124,4 bilhões em riqueza, segundo o Seade. O valor caiu para R$ 121,7 bilhões em 2019 e para R$ 119,2 bilhões, no ano passado.
De acordo com analistas, a forte presença de indústrias do segmento automobilístico e aeroespacial no Vale explicaria o recuo no PIB diante das outras regiões paulistas.
O motivo seria que esses dois setores estão entre os mais afetados pela pandemia do coronavírus, além do turismo, área que compreende boa parte do setor de serviços da região.
Somente neste ano, a região perdeu a fábrica da Ford e a produção de celulares na planta da LG, ambas em Taubaté, ameaçando cerca de 2.000 empregos na região, entre diretos e indiretos.
Diretor da Brain Inteligência Estratégica e coordenador de pesquisa sobre a percepção do morador de Taubaté diante da saída da Ford da cidade, Fábio Tadeu Araújo disse que a retirada da montadora é capaz de causar um “forte impacto econômico no país”.
(O Vale)