DEZ DIAS APÓS O FIM DAS ELEIÇÕES, BOLSONARISTAS SEGUEM ACAMPADOS EM FRENTE AO DCTA

Pautas agora se desvinculam do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e pedem uma intervenção das Forças Armadas que impeça o governo eleito de assumir

Manifestantes bolsonaristas seguem em vigília nos arredores do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica), em São José dos Campos, dez dias após o as eleições presidenciais.  As pautas, que já começam a se desvincular do presidente Jair Bolsonaro (PL), pedem agora uma intervenção das Forças Armada que impeça a posse do presidente eleito Lula (PT).

Mesmo após mais de uma semana do fim do pleito presidencial, o número de manifestantes no local é relativamente alto. Se no período da tarde o protesto fica esvaziado, possivelmente pelo horário comerical, no período da noite o ambiente volta a receber mais manifestantes e com muitas faixas.

Em meio a muitas tendas, é possível encontrar acampamentos com colchonetes, cobertores e itens de higiene pessoal. Além disso, em outro ponto, uma barraca distribui alimento para apoiadores que passam a noite no local ou quem vem para fortalecer o protesto.

A reportagem de OVALE esteve mais uma vez documentando de perto a movimentação bolsonarista em frente ao DCTA. Em conversa com um dos manifestantes, ele afirmou que “a pauta principal é o Brasil” e que o movimento não tem um líder. Tudo é, segundo ele, “absolutamente comunitário”.

“Aqui você não encontra uma faixa com nome de político ou partido. Estamos aqui em nome do Brasil, essa é a nossa causa. Não temos um líder. Apesar de ser um movimento organizado, estamos aqui por nossa vontade e com uma pauta em comum. Não tem data para terminar”, disse o homem, que não quis se identificar.

Entre faixas de “SOS FFAA”, “Democracia ferida”, “Livre-nos do comunismo”, as mensagens tentam abafar um eventual tom golpista. Por mais que entre os participantes do movimento ouvidos pela reportagem seja consenso de que as eleições teriam sido fraudadas, poucos cartazes abordam essa questão de forma direta. O foco principal é um pedido de atuação dos militares.

RELATÓRIO

Uma das narrativas mais impulsionadas nos grupos bolsonaristas era em relação ao relatório do Ministério da Defesa em relação às urnas eletrônicas. Nesta terça, a pasta  enviou o documento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas não apontou nenhum indício de irregularidade no processo eleitoral. O material entregue à Corte aponta que os procedimentos estatísticos ocorreram sem ressalvas e que a análise dos boletins de urnas não identificou divergências. No entanto, o ministério disse considerar alguns problemas e apontou sugestões.

O relatório diz que não foi possível “fiscalizar o sistema [eletrônico de votação] completamente” e sugeriu ao TSE que faça uma investigação técnica para apurar eventuais riscos de mudança no código-fonte dos sistemas eleitorais por causa do possível acesso à rede durante a geração dos programas.

Em nota, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, agradeceu o envio do relatório do Ministério da Defesa e disse que analisará as sugestões em momento oportuno. “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, disse.

Fonte: O Vale

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