PROFESSORES PROTESTAM CONTRA MUNICIPALIZAÇÃO DE ESCOLAS EM SÃO JOSÉ

“A perda salarial é grande”, diz um dos docentes na manifestação

Diversos professores se reuniram na tarde desta quinta-feira (27) em frente à Diretoria de Ensino de São José dos Campos para protestar contra a municipalização de 17 escolas, anunciada pelo Prefeito Anderson Farias na última segunda (24).

De acordo com a medida, a administração deste colégio é alterada e transfere cerca de oito mil alunos para o poder municipal, enquanto os professores, tanto efetivos quanto estáveis. poderão optar se continuarão nestas escolas ou se irão preferir transferência para as estaduais.

Entretanto, o anúncio causou polêmica após professores e pais de alunos contestarem a mudança, alegando não terem sido consultados sobre esta possibilidade. Os docentes que se manifestaram nesta quinta apontaram que o salário nas escolas do estado é melhor do que na rede municipal. “A perda salarial é grande”, disse um dos representantes no microfone.

Ernesto Gradela, um dos conselheiros eleitos da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), argumentou sobre os pedidos: “Nossa reinvindicação é que as escolas continuem como estado. O levantamento que temos mostra que o último ano das escolas estaduais de ciclo 1 está melhor que das escolas da Prefeitura, então é algo que está funcionando. O horário oferecido nas escolas do estado estão melhores para os pais. Então queremos que isso fique claro e que depois seja submetido à comunidade. Se a comunidade decidir que deve municipalizar, ok, será aceito, mas nós queremos que reúnam os conselhos e o processo seja feito devagar porque mexe com muita gente”.

Ele também abordou sobre o impacto que a medida poderia ter: “significaria uma mudança total. Este projeto vai alterar a vida de milhares de alunos, pais de alunos que dependem dos horários dos filhos na escola para trabalharem, e para os professores também, porque vai significar desligamento desses professores da rede estadual. Alguns podem seguir na Prefeitura, mas a maioria estariam demitidos. Os efetivos podem ir para outra escola, mas nessa outra escola vão tomar o lugar dos que não são efetivos – categoria O. Então esse processo leva problemas aos pais por conta dos horários; problemas aos alunos do ciclo 1 que já conhecem e estão acostumados aos seus professores; problema com professores que perderão seus empregos depois de 25 de dezembro e também os funcionários terceirizados. E é uma coisa que foi feita sem nenhuma discussão com essa comunidade. Todo mundo está sendo atingido e ninguém foi consultado antes. A diretoria de ensino não se preocupou de vir ao bairro, explicar aos pais o que pretendia fazer antes, e agora, de última hora, já apresenta isso pra valer a partir de janeiro do ano que vem. É um absurdo”.

No anúncio da medida, foi apontada a possibilidade de os professores poderem permanecer no mesmo local, apenas se adequando à municipalização. Sobre isso, Ernesto aponta que “há a possibilidade (de ficar), mas o professor teria uma redução de salário. Então o professor teria que, de um momento para o outro, cortar talvez pela metade dos seus ganhos. Além disso, ainda existe a possibilidade de ficarem um tempo e depois serem desligados da Prefeitura. É uma perda grande de estabilidade que hoje eles tem”, disse.

Via: Meon

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