Falso médico que iniciou amputação de paciente na Dutra é condenado a seis meses de detenção

Gerson Lavísio atuava como médico no resgate da rodovia e passou a ser investigado em março deste ano, depois de ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um CRM (registro profissional) falso.

A Justiça condenou a seis meses de detenção o falso médico que iniciou a amputação da perna de um paciente depois de um acidente em Lavrinhas (SP), em março deste ano. Ele atuava como contratado da empresa que presta serviços médicos para a concessionária que administra a via Dutra.
Na decisão, o juiz Luiz Guilherme Cursino de Moura Santos afirmou que ao fingir ser médico e prestar atendimento sem qualificação, Gerson Lavísio assumiu o risco de causar morte ou sequelas irreversíveis aos pacientes atendidos.
“O acusado atuou como se médico fosse, sem a devida autorização legal. Não se pode desprezar, no entanto, as circunstâncias e as consequências do crime, já que o atendimento prestado por pessoa sem a devida qualificação, a vítimas de acidentes graves ocorridos em rodovias, pode resultar na morte ou em sequelas irreversíveis aos pacientes”, disse o juiz em trecho da decisão.
O juiz definiu uma pena de sete meses de detenção ao falso médico, mas a pena foi reduzida por ele ter confessado o crime e colaborado com as investigações. Ele vai cumprir a pena em regime aberto e vai pagar uma multa equivalente a dois salários. A decisão é do dia 24 de agosto.
“Em razão da atenuante da confissão espontânea, a pena é reduzida para 06 meses de detenção. Fixo o regime prisional na modalidade aberta, substituída a carcerária por restritiva de direitos, consistente em prestação pecuniária à entidade pública ou privada com destinação social, a ser indicada pelo juízo da execução, no valor de 02 salários mínimos”, afirmou o juiz no documento.

FALSO MÉDICO
Gerson Lavísio atuava como médico no resgate da rodovia e passou a ser investigado em março deste ano, depois de ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um CRM (registro profissional) falso, em nome de outro profissional. Na delegacia, segundo a Polícia Civil, ele confessou não ter formação médica.Na época, ele admitiu que não tinha registro de médico e nem faculdade de medicina.
A suspeita sobre o falso profissional começou quando atendia as vítimas de um acidente na rodovia em Lavrinhas. Um engavetamento entre três caminhões deixou um motorista preso nas ferragens, um homem de 36 anos. Durante o atendimento, ele decidiu pela amputação da perna da vítima.
De acordo com a PRF, após a medida, a equipe técnica do resgate acionou os policiais por estranharem a decisão e a falta de técnica para o procedimento. A polícia então fez uma consulta sobre o médico e descobriu que ele apresentava um CRM cadastrado no nome de outro profissional e o levou à delegacia, onde confessou não ser médico.
Gerson atuava como médico de resgate contratado no modelo prestador de serviço para a Enseg, que é terceirizada da concessionária CCR SP-Rio. Na contratação, segundo a empresa, ele apresentou cópia do diploma e um protocolo de abertura de pedido de CRM junto ao Cremesp feito em 9 de fevereiro deste ano.

Essa não foi a primeira vez que o homem tenta se passar por médico. Em 23 de dezembro, ele foi flagrado em uma unidade de atendimento em Parelheiros, na capital.
O Cremesp denunciou o homem ao Ministério Público por falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão.

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