Santa Casa de Lorena admite erro e diz que medicamento de R$ 160 mil de criança com paralisia foi aplicado em outro paciente

A Santa Casa de Lorena admitiu falha e afirmou que o medicamento de R$ 160 mil que era de uma criança com paralisia, foi aplicado em outro paciente por engano.
Thallysson Alves tem quatro anos e pode perder o tratamento feito até aqui se não receber a dose em oito dias, segundo os médicos.
“Isso coloca em risco à vida do meu filho, que deveria estar comemorando o aniversário dele, mas está lutando para viver”, disse a mãe, Maria Alves.
A criança deveria ter recebido a dose na última quinta-feira (19). Agora, a família cobra que o hospital consiga o medicamento para que o tratamento não seja perdido. Thallysson tem mais oito dias para receber a dose.
“Eu estou desesperada porque meu filho é tudo para mim, ele é a minha vida. A Santa Casa não nos disse que isso aconteceu, não comunicou nossos advogados, apenas divulgaram à imprensa. Os remédios têm lotes, também não nos entregaram as provas de que isso aconteceu ou de que estão tentando comprar em tempo hábil”, afirmou Maria.
Os advogados informaram que acionaram a Santa Casa na Justiça e que aguardam a posição do juiz sobre um pedido de urgência na reposição do remédio. O hospital afirmou que tenta solucionar e garantir que a criança receba o medicamento.

DOENÇA E DISPUTA JUDICIAL
Thallysson descobriu a Atrofia Muscular Espinhal (AME) ainda bebê e desde então é submetido a uma série de tratamentos. A AME é causada por alterações no gene que produz a proteína SMN – que protege os neurônios motores.
Sem essa proteína, esses neurônios morrem e não mandam impulsos nervosos da coluna vertebral para os músculos. Isso interfere na capacidade de se mover, andar, engolir e até respirar e pode, inclusive, levar à morte.
Há dois anos a família disputava na Justiça o direito para que ele recebesse uma medicação de alto custo que precisa ser importada. O medicamento tem um limite de idade para ser aplicado e cada ampola custa R$ 160 mil.
Após a disputa judicial, as unidades foram encaminhadas à Santa Casa porque o remédio precisa ficar em uma câmara fria. Na última quinta (19), quando a criança receberia a última dose, a família soube que o medicamento não estava no hospital.
Se o medicamento não for aplicado no prazo limite, o tratamento de Thallysson pode ser perdido. Caso isso aconteça, a Santa Casa ainda pode responder à Justiça Federal pela falha.
O tratamento é um ciclo de cinco aplicações e foi fornecido pelo Ministério da Saúde, via governo federal, com investimento de R$ 800 mil, prejuízo que o governo pode ter com a confusão nas aplicações.
A Santa Casa reforçou que “está trabalhando em diversas frentes para a rápida obtenção do medicamento, buscando assegurar ao paciente seu direito pela continuidade do tratamento”.

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