Quatro são condenados em júri por matar grávida e roubar bebê em Paraibuna-SP

Crime foi em julho de 2018 e causou revolta na cidade. Grupo foi condenado a mais de 16 anos de prisão.

O Tribunal do Júri condenou quatro pessoas a mais de 16 anos de prisão por matar uma grávida e roubar o bebê dela em Paraibuna (SP). O julgamento foi na quinta-feira (30) e a sentença dada após mais de 12 horas de júri.
Três réus foram condenados a 16 anos de prisão. A mulher que tentou registrar a recém nascida no cartório pegou uma pena ainda maior, de 18 anos de detenção.
O crime aconteceu em julho de 2018 e chamou a atenção pela crueldade. O corpo da andarilha Leilah do Santos foi encontrado com um corte no abdômen às margens da represa em Paraibuna. Do lado do corpo foi achado resquício de placenta, o que levantou a suspeita que ela a mulher morta estava grávida. Na ocasião, o bebê não foi achado.
Após o crime, um casal tentou registrar um bebê no cartório, mas levantou suspeita por não ter documentação. À polícia, os funcionários do cartório contaram que a mulher disse que era moradora da zona rural e que a criança tinha nascido na roça, sem atendimento médico e que, e por isso, não tinha os documentos que comprovassem a maternidade.
Apesar da insistência dela em registrar o bebê, a equipe do cartório orientou que ela fosse antes ao posto médico com o bebê para obter uma certidão de nascido vivo. A suspeita, de 34 anos, foi ao local com o bebê, mas saiu sem o documento depois de se recusar a passar por exames ginecológicos. Esses exames poderiam comprovar o parto recente.
Com o vídeo do cartório, a polícia fez a identificação dos suspeitos. Um casal de amigos da suspeita, que também aparece nas imagens com ela, disse à polícia na época, que a mulher contou que o bebê era adotado e que a mãe da criança tinha feito um acordo com ela, sobre a entrega da criança.
O casal ainda contou à Polícia Civil que o namorado da mulher teria contado uma outra versão para o surgimento da recém nascida – que ele tinha feito o parto da grávida, o que levantou a suspeita de que o companheiro também estivesse envolvido na morte de Leilah Santos.
A investigação da polícia apontou que, após o parto, o grupo matou a vítima e tentou ocultar o cadáver, que foi queimado e abandonado em uma área rural, para ficar com a criança.

BEBÊ COM A FAMÍLIA
A guarda do bebê arrancado do útero de Leilah ficou com a família da vítima. A recém nascida foi raptada por uma das suspeitas do assassinato, até ser encontrada em uma favela no Rio de Janeiro.
De acordo com a Polícia Civil, os familiares do bebe vivem em São José dos Campos e levaram a criança para ser registrada no cartório em Paraibuna. A menina ficou com um tio da mãe.
Antes, o bebê esteve em um abrigo em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A menina ficou no local após um casal – agora condenado pelo crime – ter realizado o parto da criança para roubá-la da mãe, ser encontrado com a menina.

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