Com aumento nos casos e internações, Estado deve regredir Vale à fase laranja do Plano SP

Atualização foi antecipada por conta da piora nos indicadores da saúde.

O governo de São Paulo deve regredir o Vale do Paraíba para fase laranja, a segunda mais restritiva, do plano de flexibilização econômica. A reclassificação será anunciada em coletiva de imprensa do governo estadual nesta sexta (15).
A mudança para uma fase mais restritiva também deve impactar outras regiões do estado diante da piora nos indicadores do Estado. A nova avaliação no plano era prevista para ocorrer em 5 de fevereiro, mas foi antecipada pelo governo.
Pela regra, as antecipações só ocorrem se há necessidade de impor medidas mais restritivas por conta do agravamento nos índices de saúde. Atualmente, o Vale do Paraíba e a região bragantina seguem as regras da fase amarela.
A reclassificação do Vale para fase laranja deve ser tomada após o aumento no número de casos e internações. São cerca de 90 mil casos, além da alta demanda nos hospitais. Na região, Taubaté atingiu 100% da ocupação dos leitos para Covid-19.

INDICADORES DO VALE DO PARAÍBA
A reportagem fez um levantamento dos números da região do Vale do Paraíba que são considerados pelo Plano SP para reclassificação. A ultima atualização dos dados foi na quinta-feira, às 19h.

Evolução da pandemia
• Novos casos/100 mil habitantes nos últimos 14 dias: 470,2 – equivalente ao indicador laranja
• Novas internações /100 mil habitantes nos últimos 14 dias: 60,3 – equivalente ao indicador laranja
• Novos óbitos/100 mil habitantes nos últimos 14 dias: 5,6 – equivalente ao indicador amarelo
Capacidade do Sistema de Saúde
• Taxa de ocupação de leitos UTI Covid: 73,6% – equivalente ao indicador laranja
• Leitos UTI Covid/100 mil habitantes: 16,6 – equivalente ao indicador verde

MUDANÇAS NO PLANO SP
Na última semana, o Estado fez uma mudança nas regras da quarentena no estado. Uma delas é a fase laranja ser menos restritiva do que era antes.
Algumas atividades – como salões de beleza, academias e parques, por exemplo – passaram a ser permitidas na fase laranja. O atendimento presencial em bares, entretanto, continua proibido.
Além de mudar o que pode funcionar em cada fase, o governo alterou os indicadores de saúde que orientam a reclassificação das regiões. Segundo a gestão estadual, houve um endurecimento das regras, para dificultar a mudança para estágios mais brandos.
De acordo com o médico João Gabbardo, também integrante do centro de contingência, a ideia é dificultar a mudança de fase, mas permitir que mais setores funcionem, direcionando as restrições de forma mais específica.

COMO FICOU A FASE LARANJA
• Todos os setores de comércio e serviços passam a ser permitidos. A exceção é o atendimento presencial em bares, que continua proibido.
• Capacidade de ocupação: antes era de 20% e vai para 40% em todos os setores.
• Funcionamento máximo: ampliado de 4 para 8 horas por dia.
• Horário de fechamento: atendimento presencial só poderá ser feito até 20h.
• Parques estaduais, salões de beleza e academias: poderão abrir.

COMO FICOU A FASE AMARELA
• A capacidade máxima passa a ser limitada a 40% de ocupação para todos os setores. Antes, o percentual variava por setor: academias podiam operar com apenas 30% da ocupação, por exemplo.
• O atendimento presencial ao público pode ser feito apenas até as 22h, em todos os setores, exceto no setor de bares, que pode funcionar até as 20h.
• O horário de funcionamento passa a ser limitado a 10 horas por dia para todos os setores. Antes, o horário variava por setor.

INTERNAÇÕES NO VALE
No fim de semana, Aparecida havia atingido 100% da ocupação de leitos no hospital de referência da região, que atende outros três municípios. Para atender a demanda, a cidade havia pedido apoio de outras cidades e transferido pacientes para Taubaté. Nesta quinta-feira (14), no entanto, a cidade anunciou que também atingiu o teto de internações.
Segundo a prefeitura, a cidade conta com 70 leitos de internação para Covid-19 na rede pública. São 35 leitos de UTI e 35 de enfermaria. Todos estão ocupados. Ao todo, Taubaté tem 11.970 casos confirmados de coronavírus, com 222 óbitos.
A região atingiu o maior número de internações por Covid-19 desde o início da pandemia. De acordo com os dados de uma pesquisa da Universidade de São Paulo (Usp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), são 492 pacientes internados em hospitais, entre públicos e privados até esta quarta-feira (13).
De acordo com os dados, o maior número de pacientes internados na pandemia na região havia sido registrado em 4 de agosto, quando 424 pessoas estavam internadas pela doença. Duas semanas após as festas de fim de ano, as internações atingiram uma marca histórica: 492 pessoas internadas. O número é 16% maior que o pico anterior.
Os pesquisadores alertam que o poder público precisa adotar medidas restritivas para frear os números e evitar um colapso no sistema de saúde.

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