Hospital afasta enfermeira envolvida no caso de bebê queimado no banho

Polícia diz que queimaduras foram causadas por higienização com água bem acima da temperatura recomendada

A Prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, determinou o afastamento da enfermeira envolvida no caso de uma bebê de seis meses que teve quase 40% do corpo queimado durante o banho no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, conhecido como “Getulinho”, onde estava internada para tratar uma pneumonia.

Em nota, o hospital disse que apura o caso através de uma sindicância interna, instaurada na última semana e com conclusão prevista para esta terça-feira (25). Após as investigações, os responsáveis pelo “acidente” podem até serem demitidos por justa causa. A unidade hospitalar também lamentou o ocorrido e afirmou que está fornecendo toda a assistência necessária à criança e aos familiares.

Os ferimentos na barriga e nas pernas da bebê teriam surgido após os enfermeiros errarem na regulagem da temperatura da água – que chegou a 50°C – e darem banho na paciente, na terça-feira (18). À família, eles disseram que o líquido estava morno, mas que bolhas começaram a aparecer na pele da menina assim que ela foi colocada na bacia.

As queimaduras atingiram as pernas, virilha, genitália, nádegas e parte da barriga da criança. Uma perícia realizada na tarde da quinta apontou a água quente como causa dos ferimentos. O advogado da família, Pedro Rocha, afirmou que a mãe da criança, Luara, vinha acompanhando sozinha a situação da filha no hospital, pois seu marido, o cuidador de idosos Jefferson dos Santos, estava no trabalho. Na terça-feira, após voltar a sua casa para tomar um banho e trocar de roupa, Luara atendeu à ligação de uma outra paciente do hospital, que informou que algo tinha acontecido com a menina Juliana. Ela correu para o hospital e encontrou a filha já enfaixada. Os médicos logo disseram a Luara que a menina tinha se queimada durante um banho. Uma perícia parcial realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), na quarta-feira (19), chegou a apontar para a hipótese de as queimaduras terem sido causadas por uma manta quente, procedimento médico usado para tratar algumas enfermidades. Segundo o advogado da família, Juliana foi internada no hospital com pneumonia. Portadora de meningite, a menina também desenvolveu uma microcefalia, e necessita de internações frequentes. No hospital, a menina chegou a sofrer episódios de convulsão. Segundo o defensor, os médicos queriam dar alta à menina na segunda-feira (17), mas ela permaneceu internada por insistência da mãe.
Depois do fato, a família pediu um prontuário ao hospital para registrar um B.O.

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