Com 28 mil postos de trabalho fechados, região tem pior resultado dos últimos cinco anos no Caged

Região teve o pior índice de emprego de janeiro a maio desde 2016, último levantamento disponível na plataforma. Pandemia afetou diversos setores produtivos na região, levando a demissões.

A pandemia do novo coronavírus trouxe uma crise de saúde pública e de economia. Segundo os dados do Caged, que mostram a evolução dos empregos no Brasil, o Vale do Paraíba e a região bragantina fecharam mais de 28 mil postos de trabalho nos primeiros cinco meses do ano. Esse é o pior desempenho dos últimos cinco anos, segundo os dados.
Após a crise que derrubou a geração de empregos entre 2016 e 2017, a região vinha tendo um respiro com a geração de vagas. De acordo com o Caged, de janeiro a maio de 2016 foram fechados 7,6 mil postos de emprego e 4,5 mil fechamentos no mesmo período de 2017. Em 2018, a região fechou o período com geração de vagas com a criação de 4,3 mil postos de trabalho; seguida de 575 vagas criadas no mesmo período em 2019.
Nas grandes indústrias, funcionários foram colocados em férias coletivas e houve suspensão de contratos de trabalho. O efeito cascata trouxe as demissões nas empresas terceirizadas. Com o comércio fechado, o setor também demitiu e o isolamento impactou o setor de serviços.
A família de Lucas Oliveira, 38 anos, vinha se recuperando depois do desemprego em 2016. Ele estava há dois anos trabalhando como motorista em uma empresa terceirizada de limpeza urbana na prefeitura de Taubaté. Contava com certa estabilidade, levando em conta o prazo de contrato com a gestão. Mas com a redução do orçamento municipal, até a coleta foi reduzida e perdeu o emprego. Na mesma semana, a esposa também recebeu a notícia de demissão.
“Minha situação é preocupante porque nós dois estamos desempregados. Com dois filhos e financiamento do imóvel para pagar. Nesse tempo, fizemos técnico em enfermagem e vamos tentar nos encaixar com a demanda por saúde, mas é tudo incerto. Com a minha idade, o medo é que mesmo qualificado, eu fique de fora com tanta gente concorrendo a mesma vaga”.
Paloma Souza, 24 anos, tinha o primeiro emprego com carteira assinada quando foi demitida, em abril. Ela trabalhava na conveniência de um posto de gasolina, na madrugada. Com o comércio fechado e a queda no movimento, ela e mais cinco pessoas ficaram desempregadas.
“Eu estava começando, tentando guardar um dinheiro para me especializar em algo, melhorar. Mas com a demissão meu foco é conseguir pagar o aluguel e o supermercado. Sei que vai ser difícil voltar ao mercado, com tanta concorrência mas espero que meu fôlego de ainda ser jovem me dê alguma vantagem”.

Em São José dos Campos, desde a reabertura do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) a unidade recebeu mais pedidos de seguro desemprego, que cadastro para vagas. Segundo a gestão, foram 725 cadastros para o benefício dado a quem perde o emprego contra 688 cadastros para vagas.

(G1)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *